Há sete anos

Vivia o meu primeiro dia em Foligno, depois de ter passado o dia anterior a viajar e a chorar, começava um percurso que me traria tantos sorrisos. O balanço e' muito positivo, sobretudo se pensar que tenho um marido maravilhoso, uma filha amorosa e outra a caminho.

inicío de Dezembro em Viana

Este ano, como há quatro anos, passei o primeiro dia de Dezembro em Viana. Como naquele último dia que te vi, estava um dia de sol lindo e deu para sairmos, eu e a Clara e não ficar em casa a pensar naquele beijo que me deste.
Este ano, pela primeira vez desde 2010, passei o dia 5 com os meus pais. Fui levar-te flores. A senhora a quem as comprei ficou deliciada com a Clara e achou que as flores eram para um avô ou avó dela e eu, cobarde, nem a corrigi. É claro que não seria melhor que assim fosse, mas concerteza seria mais natural. Encontramos lá o pai/avô Vasco e a Clara, com a sensibilidade típica das crianças deu mimos extra ao avô que tanto adora, mas não queria deixar as flores ao tio que nunca conheceu...

Mesmo com estes dois dias a pontuar a nossa estadia de 10 dia em Viana, tenho a dizer que foram dias muito bons, muito bem passados. Os dias estiveram lindos, de céu sempre azul e sol quentinho a brilhar. Passeámos muito com a avó Becas, demos muitos mimos ao avô Vasco e atormentamos a Kuata com abraços e bocados de pão (o que queriamos mesmo era passar por baixo da cadela mas ela nunca deixou!). Comemos muitas iguarias portuguesas e adoramos. Sentámo-nos sempre com muito gosto à mesa e no café também, embora uma vez a Clara não tenha resistido à pizza. Começou a pedir para fazer xixi no pote e lá fez sempre o primeiro da manhã, pelo menos. E depois no dia 5 à tarde tivemos a surpresa da nossa vida: o pai apareceu-nos lá depois da sesta. E ao fim do dia o tio João e o primo Vasco que a-do-ra-mos! No dia seguinte mais gente a juntar-se à festa e a felicidade de ver a tia Sara e o primo João Guilherme. Muita bricadeira e mimo, como devem ser os dias passados em família.
Eu comi que me fartei. Só tive duas corridas à casa de banho para vomitar, mas nada de especial e portanto posso dar por finalmente concluída a fase de fortes enjoos e vómitos.
As viagens de avião e estarmos as duas sozinhas no aeroporto à ida correram muito melhor do que imaginei e com isto chego à conclusão que a Clara é uma viajadora nata. Adora o avião e ver lá de cima as casinhas pequeninas, as formiguinhas como lhe chamamos, e o mar, a ávua! Chegou à escola na terça-feira e contou que andou de avião e esteve com os avós, toda contente e orgulhosa. E eu babada.

vou dizer baixinho para não atirar mau olhado:

Desde sexta-feira que estou muito melhor. Quase nada de enjoos e zero corridas para a casa de banho. Apetite de leoa e energia.
E é isto. Pronta para a próxima viagem a Portugal. A sexta da Clara, a primeira desta gravidez e a perdi a conta minha. E é já depois de amanhã.
Ando a vomitar como uma endemoniada.
A Clara está a entrar nos terrible two.
A paciência esgota-se com tanto não.
O cansaço ao fim do dia é muito mas as noites mal dormidas.
Ando que nem posso.

coisas da (grá)vida #8

Exactamente no momento em que começo a achar que os enjoos estão a passar e começo a convidar gente para jantar lá em casa e a meter-me em trabalhos as nauseas passam-me a perna e pumba, vai de vomitar o jantar todo e na manhã seguinte o pequeno-almoço. Aaaah, maravilha...
E pensar que já com a Clara foi assim: bastava cantar vitória para o sacana do Gregório voltar a ser chamado à minha vida.

Cara Rita, mete na cabeça isto:

quando a tua filha acorda de madrugada tem fome e quer beber um bocado de leite.
Mete isso na cabeça uma vez por todas.
Não vale a pena tentares outras coisas. Água, trazê-la para a tua cama, dar-lhe mimo, acalmá-la. Nada disso funciona. O que ela tem é fome e portanto leva-lhe lá o leite e despacha o assunto rápido.
Ah, mas os filhos dos outros bebem é água de noite, alguns até nem acordam nunca.
Sim, mas também há filhos de outros que não dormem na cama deles, que vão para a cama à meia-noite e às seis já andam aos saltos pela casa, que bebem três biberons de leite entre o jantar e a manhã, e por aí fora...e, bem vistas as coisas, são os filhos dos outros e não a tua.
A tua vai cedo para a cama, não bebe leite antes de dormir e adormece sossegada sozinha. Não acorda assim tão cedo de manhã, sete e meia é um horário mais que normal e aceitável mas precisa do seu leitinho de madrugada. A Clara é assim. Ponto. Portanto, mete a tua alma em paz e quando a pequena chamar por ti de madrugada vai rapidinho tratar de aquecer o leitinho e dar-lhe que a miúda até despacha aquilo em cinco minutos e volta a dormir toda contente na cama dela e tu podes voltar ao teu sono.
Vai em paz e que o Senhor João Pestana que acompanhe que é para ver se quando te voltas a deitar o sono não se sumiu.

coisas da (grá)vida #7

Andar a ter noites muito mal dormidas porque a Clara ultimamente acorda de madrugada a chorar não sei de quê (sonhos? dor de dentes? calor? comichão? fome? as perguntas são muitas mas sem resposta) já é chato. Cansativo. Mas agora andar o dia TODO enjoada e acabar por vomitar às cinco da manhã é mesmo muito mau. Sei que não se diz estas coisas, mas estou farta, fartinha, deste início de gravidez.
Ansiosa para que estes enjoos passem e comece a graça deste estado.

Ponto da situação

Mais uma vez olho para esta página em branco e não sei o que escrever embora tenha vontade. E coisas para contar não me faltam...
A Clara não pára de crescer e aprender coisas novas a cada dia que passa.
O Filippo anda tão cheio de trabalho que vê-lo uma hora por dia é um luxo.
Estivemos três dias em Veneza e foi mesmo bom. Não por termos visto a Bienal de Arquitectura que com a Clara é difícil ver alguma coisa em condições. Está na fase explorativa e é impossível mantê-la quieta um segundo que seja no carrinho. Mas por termos estado lá os três, pelo tempo maravilhoso que esteve e por termos tido tão boa companhia de amigos. Foram dias muito bons em que me ri como já há muito não me ria!
O tempo está maluco. Calor, mais calor que no Verão que não tivemos, e uns dias chuva outros sol mas sempre ou muito húmido ou muito abafado. É um penar que só visto...
Tenho sonhado muito. Com o Afonso mas também com pessoas que não vejo, nem penso há anos e anos. Coisas estranhas do subconsciente.
Vou vendo posts do Facebook e percebo que estou a perder o fio à meada com tantas amigas que deixei em Portugal. Não falo com elas o suficiênte para saber, para estar actualizada e isso deixa-me triste.
Quase não vejo televisão e um telejornal então nem se fala. A essa hora ando ou nos jantares ou nos bonecos pré-cama da Clara. Consequências do lufa-lufa da rotona de casa sempre sozinha.
Ando cansada, muito enjoada e tenho insónias. E com isto chegamos ao que quero contar mas não tenho coragem por causa das coisas. Vão voltar a este blog as crónicas coisas da grá(vida). E pronto. É isto. Talvez porque este é o tema maior, mas também o mais secreto, todos os outros perdem importância e ficam bloqueados à porta do blog.

o pior de ser mãe

não é o parto e tanto menos o post-parto
não é o primeiro mês da vida do bebé e a montanha russa de emoções
não são as noites de pouco sono
não são as cólicas
não é o nascimento dos dentes
não é a posição corcunda até eles começaram a andar com o próprio pé
não são as birras
nem nenhuma outra fase do desenvolvimento natural do bebé/criança/adolescente/jovem
o pior de ser mãe são...
as outras mães.

Sim senhores, leram bem, as outras mães. As outras mães são seres altamente. Altamente...
...competitivos que dizem que o rebento com dois meses já rebola ou com um ano já lê (casos que os meus ouvido tiveram o prazer de testemunhar).
...expertos em medicina e puericultura que acham que só como fazem elas está bem e que passam a vida a dar-te lições de como fazer com o teu sem pedires, queres saber ou, na maioria das vezes, precisares.
...críticas em relação ao teu filho ou, pior, ao teu ser mãe. Olham para ti com menosprezo quando o teu filho faz birra, quando não come, não dorme ou não faz o que elas acham que deveria fazer. Acham que elas fariam muito melhor e sobre elas não caí nunca uma nódoa porque são mães exemplares. São do melhor que há.
...amnésicos que já nem se lembram como foi difícil sobreviver aos primeiros tempos do bebé. Aliás. baby blues é coisa de livros, nada que elas tivessem vivido. Também não se importam nada de estar o dia todo a tomar conta da crinaça porque é tudo amor e beldades e não têm memória de um dia difícil. O filho delas também nunca fez birra e portanto olham-te com estranhesa quando te queixas, quando estás cansada ou sem paciência.

É claro que há execpões que confirmam esta regra. Tenho amigas (boas amigas) que falam da maternidade com abertura e naturalidade, sem pudores. Que se queixam das coisas menos boas porque sabem que não são elas que invalidam o amor que se sente por um filho, a dedicação que por ele se tem, a felicidade que se sente. Que não me olham de canto quando digo que o primeiro mês de vida da Clara para mim foi terrível. Que as hormonas e o cansaço que chegaram a fazer pensar mas porque é que eu me meti nesta. Que se riem comigo dos meus disparates e partilham as inseguranças.
Mas estas são as minhas amigas, a outra categoria já o deixou de ser.

33

Mais um ano para a conta.
Este ano capicua pela terceira vez.
Não sou supersticiosa. Sou uma pessoa de factos contretos e não de crenças. Passo debaixo de escadas, consigo dar passos atrás sem fazer cruzes, podem varrer-me os pés, já parti um espelho sem entrar em paranóia, e por aí fora. Acredito sim, no meu sexto sentido e no azar que se esconde atrás dos meus anos capicua.
Aos 11 a minha mãe foi operada e embora não soubesse nem tivesse noção da gravidade da coisa na altura, ter ficado longe da minha mãe durante uns tempos e tê-la visto no hóspital e depois em recuperação (ainda que rápida e aparentemente fácil...) foi suficiente para ter até hoje recordações amargas dessa idade.
Aos 22 a minhã avó Alda morria sem pré-aviso atropelada por um autocarro. Acho que não preciso acrescentar mais nada a esta frase.
Claro que sei que todos os anos são recheados de coisas boas e más. Alguns com coisas muito piores que outros. Quando o Afonso morreu tinha 29 e o grande azar deu-se na mesma. Tenho a certeza que aos 11 e aos 22 também tive episódios felizes (mas não me lembro, a verdade é essa...). Mas não gosto nada de ter idade capicua, que posso eu fazer?
Bem, dia vinte lá tive de começar a contar este ano. Gostava de fazer como os chineses que nos prédios saltam os andares dos números que não gostam e o elevador não pára no piso fatidico. Mas não posso. Lá terei que o viver estes 365 dias.
E posso até dizer que, ao contrário de todas as expectativas, começou bem, muito bem.
Que seja um bom augurio, então!

Ah, isto de educar....

Ontem, pela primeira vez em 20 meses, mandei a Clara para a cama sem jantar.
Não me preocupo nada que um dia ela coma menos. Come sempre bem, está gordinha, bem de saúde e portanto nunca a forço a comer. Percebo que haja dias que está mais cansada, mais rabujenta, com memos fome e sou eu a primeira a dizer-lhe que se estás cansada e não queres almoçar ou jantar não há problema, mas então vais dormir.
Ontem estava cansada e também não devia ter lá muita fome. Pronto filha, tudo bem. Mas agora começar a dizer que não, não e não a cada colherada e começar à estalada com a colher não é para mim. Peguei na criatura possuída pelo demo e levei-a para o quarto. Desliguei a luz, deixei-a acalmar-se. Claro que não resisti e dei-lhe miminhos e ali ficámos as duas abraçadinhas até a pequena ceder ao sono. Mas mantive-me firme na minha posição de não voltar a saír do quarto e de hoje vais para a cama sem jantar que isso de esbofetear a comida não se faz! com que tinha partido. Que isto de me transformar numa mãe severa não é para mim.
É preciso ser coerente, eu sei. E muitas vezes o cansaço faz-me ceder e escolher o caminho mais fácil. Mas também nunca ninguém me disse que educar era fácil nem eu me iludi. É preciso muita força para dizer não, para continuar ali, firme, mas meiga ao mesmo tempo. Porque não acredito numa relação pais-filhos sem amor, carinho, presença, proteção, mas agora birras de mimo, ataques de fúria e essas cenas do arco-da-velha que às vezes os miúdos fazem não é para mim. E muitas vezes também perco a paciência...

Conversas rápidas de assuntos sérios

O que achas, devia tornar-me italiana?
Sim, acho que sim! 
Sim? Achas mesmo?
Acho. Mas se calhar não te aceitamos!

Sempre a gozar este meu italiano, é o que me vale. 
E continuo a ter dois anos para pensar!

o cúmulo da minha conisse #2

em Portugal a dottoressa Peluche (nome italiano) é Doutora Brinquedos, e não Doutora Peluche como lhe chamei no post anterior.
Estou cada vez mais con e nem assim sei se quero ser luso-italiana...

a minha filha já pode ser luso-italiana à vontade

Porque encontrei dvd's da Doutora Peluche em português em Itália.
Maravilha isto de passar à (pela) pequena as superstições da mãe!

Dúvidas (existenciais) de uma portuguesa em Itália

Hoje tive de ir renovar o meu cartão de utente italiano. Tenho que o fazer de dois em dois anos porque não sou cidadã italiana. Claro que já tinha caducado em Fevereiro que isto de ser de dois em dois anos passa muito depressa e uma pessoa esquece-se.
Tive sorte que não precisei de ir ao médico de família ou ao hóspital este ano e também tive sorte que o meu médico de família, que é mesmo de toda a minha família italiana, sogros e avós adoptivas incluídos, ainda tinha vagas e pude manter o mesmo.
Este é um stress que passo a cada dois anos, dois anos e qualquer coisa porque sistematicamente me esqueço de renovar o dito cartão e corro o risco do meu médico ficar sem vaga. Existe, no entanto, solução para o problema. Basta nacionalizar-me italiana e o cartão renova-se automaticamente e chega-me a casa sem que eu tenha que fazer nada. O meu médico não muda e ficamos todos descansados da vida. Cómodo. Rápido. Indolor.
Todavia...eu não sei se quero ser italiana. Eu bem sei que disse que íamos ser os três luso-italianos ou italo-portugueses, como nos quiserem chamar, mas a verdade é que já tive de abdicar de tanta coisa para estar cá que tenho alguma relutância em abdicar do meu ser luso-exclusivo.
Mas lá terei que pensar no assunto com sentido prático e deixar o carinho de lado. Mas só daqui a dois anos, que até lá tenho o cartão em curso de validade!

Oh São Pedro! Que é isto pá?

Eu até agradeço não ter passado um Verão daqueles tórridos e húmidos que normalemnte por aqui se vivem.É sabido que eu detesto o calor desumano. Mil vezes frio que até pode congelar entranhas. Mas também passar pelo Verão sem darmos por isso? Bem, isso também não.
Em Maio ainda não era Verão, pois toca a esperar por ele. Em Junho estava tímido e tinha apenas começado no calendário. Em Julho indeciso. Mas em Agosto? Não haver Verão em Agosto é estranho. No outro dia, quando abri a janela de manhã para mudar o ar à casa senti cheiro a Outono. Não se admite senhores.
E hoje, que começou Setembro, ele foi logo um ver se te avias que isto de fazer sol cansa e pumba, toma lá com chuva torrencial nas primeiras horas da manhã e agora é um regalar-se a ver caír aquela chuva miúda, constante, chata e deprimente de Novembro. 
Digamos a verdade, São Pedro, inda tínhamos direito a mais 20 dias de Verão e depois é que vinha o Outono, que, só por causa das coisas, podia ser solarengo, não achas? Estás a ser um bocadinho forreta este ano, não achas? E esta pontualidade britânica e ironia tão deles também não tem nada a ver.
O que vale é que no fim-de-semana esteve solinho. É o que vale. Que este ano uma pessoa até baixa as expectativas e já não pede são calor de fim de Agosto. Basta sol nestes dias que já estão muito mais curtos... 

a tentar viver o Verão que este ano não houve

As previsões dão bom tempo para o fim de semana na praia. Aqui por Foligno estará mau. O Filippo vai a Milão. Então eu fiz as malas e hoje depois da escolinha meto a Clara no carro e vamos passar uns dias lá para aproveitar o sol, mergulhos e sestas (espero!).

cucu


Os 15 dias em Portugal lá se passaram, sempre a voar, entre idas à praia com direito a brincadeiras na areia seca e molhada, junto ao mar, no mar e no bar, passeios em Viana, ida ao Porto e tantas, mas mesmo muitas, brincadeiras com os primos.
A Clara adorou os dias em terras lusas e deu, mais uma vez, um grande salto. Está ainda mais despachada, com vontade de autonomia. Quer comer tudo sozinha e diz da sola se eu tento ajudar a comer a sopa. Cada dia que passa anda mais rápido mas (felizmente) ainda não sabe correr e quer dizer mais coisas. É muito comunicativa e desinibida. Corajosa não tem medo de nada e nem uma queda de cabeça na água gelada do atlântico a assusta.
Voltamos para casa no domingo e na segunda lá foi ela para a escolinha. Nem um choro, uma birra, um onde estará a minha mãe? a manhã toda. Brincou que se fartou com os amiguinhos e nem quis saber sequer dos mimos ou atenções das educadoras.
Anda feliz, solta, na maior! E se já era tão bom voltar a casa dos meus pais, assim é ainda melhor!

Conversa de café


Depois de lancharmos uma grande fatia de bolo de chocolate, daquelas de chocolate com chocolate cobertas por chocolate a Bacouca, pessoa já com uns belos quilos a mais no lombo, diz só não pedi um fino porque aqui não há tremoços. Ao que eu respondo que os tremoços fazem muito bem e a S. afirma que era muito mais dietético. Querem saber qual foi a reacção da Bacouca? E diurético!!
Pois está bem, está!!!

Portugal em Agosto

Aterramos que era Novembro, ontem era Março....bem hoje é um dia de pleno Abril.
Será que vamos chegar pelo menos a Junho nestas férias?

Já falta muito pouco

Muito menos do que achava que ía faltar a menos de 48 horas de partir para terras lusas.
Afinal já só falta tratar de umas coisas no gabinete (coisa pouca), ir comprar duas coisas ao supermercado e fazer as malas. E o melhor é que ainda tenho a tarde de hoje e o dia todo de amanhã.
Desta vez, parece, está a correr tudo melhor do que imaginava! Embora tenha passado o dia de ontem e a manhã de hoje a voaaaaar.
Mas deixa-me masé estar calada que ainda me meto em sarilhos, acabei de me lembrar que ainda tenho depilação marcada, almoço com família para despedidas e mais umas coisas para tratar em casa...ai vidinha....

Eu sabia!

Aliás, acho até que já o tinha dito por aqui...
Eu sabia que haveria de chegar o dia em que não ter comido tudo o que gostava durante a amamentação se iria voltar contra mim. Esse dia foi ontem.
Fui jantar fora com o maridão a um restaurante (recentemente renovado) onde íamos muito nos meus tempos de liberdade nutricional e onde me deliciava. Durante a amamentação, e como não podia comer muitas coisas por causa da intolerância da Clara, quando lá íamos não me lambusava. E que fome tinha senhores, que fome tinha...Comia quase mais que o menino Filippo. Aqui havia espaço para entradas, primeiro e segundo prato e ainda uma bela sobremesa.
De maneira que ontem, quando li todas aquelas delicias no menú, me aventurei com entradas, parto de massa e ainda um prato de peixe a seguir. Ora, facto está que o meu estomago voltou ás dimensões habituais (embora não se diga olhando para a barriga que ainda apresento, mas pronto...a balança não mostra aumentos mas aqui houve revolução e mudança de massas...) e portanto não coube aqui nem metade do que tinha pedido. Que desilusão.
Eu sabia que ía chegar o dia em que ía ter saudades da combinação que nunca vivi:
amamentar+poder comer tudo=vários pratos limpos como se tivessem saídos da máquina de lavar loiça e nem um quilo a mais no meu rico lombinho.
Pode ser que num próximo filho...

das mudanças

Ontem tivemos que mudar o nosso vôo de ida para POrtugal. Greve de pilotos da TAP no dia que tinhamos viagem marcada dá nisto. Vamos dia 10 e não dia 9. Não é grande diferença e bem vistas as coisas se calhar até é melhor. Temos entrega dia 7 e provavelmente ainda vai aparecer alguma coisa inadiável para dia 8 e com sorte dia 9 ainda trabalhamos.
Não foi difcil mudar, só esperei 20 min para que o telefone fosse atendido e considerando que se prevê que 40 mil passageiros fiquem em terra nesse dia, foi muito rápido. Mudaram logo a data, tive sorte de ainda haver lugares, e sem qualquer custo. Uma coisa indolor, portanto.
O que também muda de dia para dia por aqui é o tempo. Anda maluco. E a nós deixa-nos tolos. Ontem aqui estavam 31º e uma humidade quase mortal e hoje chove a potes e se chegarmos aos 20º já vamos com sorte.
De resto não muda grande coisa por aqui. De manhã a Clara insite em acordar cedo, vai toda entusiasmada para a escolinha, eu venho para o trabalho, depois vou buscá-la, meto-a a dormir, almoço, passo a ferro e arrumo, entretanto ela acorda, brinco, dou lanche e continuo a brincar, arrumo ou preparo mais umas coisas, se o tempo deixa saímos, voltamos, dou e tomo banho, faço e dou jantar, vemos televisão, leio história e meto a dormir, jantamos, vemos televisão e ah....podemos ir dormir!
Mas minto...mudou uma coisa, não sei se é do calor e do tempo que muda constantemente, se é dos dentinhos que faltam nascer, se é de estar a ganhar manhas, mas o que é certo é que agora a miss diz que não quer dormir. Exprime a sua vontade e só à força de choro a consigo meter na cama. À noite ainda me vou safando, só uma vez ou outra faz uma birra maior, mas depois do almoço é o cabo dos trabalhos...
Mudança estranha que espero seja passageira. Que a rapariga sempre lutou contra o sono à hora da sesta, mas não desta forma endemoniada.

momento mãe babada - a reação do pai

O Filippo quer que eu tire o post anterior.
Também ele acha que pais exaltados são do pior que há.
Estamos de acordo, sim senhor.
Deixa-me só pensar aqui um bocadinho...
Não!
Lamento mas não retiro o que contei com tanto orgulho.
Fiquei demasiado babada para o fazer.
Desculpa lá qualquer coisinha, sim?
:P

momento mãe babada

Peço desculpa desde já pois venho aqui com a inteção explicita de gabar a minha filha. Quem não estiver interessado em ler rios de louvores à minha Clara é favor parar de ler já!

Ontem fui com a pequena ao pediatra especialista em intorelâncias alimentares e problemas do intestino e aparato digestivo que me confirmou a intorelância às proteinas do leite e me aconselhou há um ano.
Neste espaço de tempo eu eliminei da minha dieta todas as proteinas do leite, introduzi aos poucos da minha dieta e depois comecei a introduzir lentamente na da Clara até chegar a hoje, comendo e bebendo a Clara de tudo sem problemas. Mas queria ter confirmação que estava tudo bem e ainda fazer o ponto da situação aos seus 18 meses.
A consulta correu lindamente, a miss cresce muito bem (já mede 85 cm - percentil 90, e pesa 11,5kg - percentil 75, ou seja, é muito elegante embora as pregas das pernocas teimem em desaparecer!), a barriguita não tem problema nenhum e tudo não podia estar melhor.
O médico é muito carinhoso e brincalhão, passou a consulta a meter-se com a Clara, a dar-lhe mimo, a mostrar-lhe todos os aparelhos que usou. Nisto, e já estávamos na conversa final quando o médico se sai com:
Ela está ótima, continue a fazer como está a fazer e até lhe digo, neurologicamente falando, parece mais velha do que é. Parece uma criança de dois anos, pelo menos.
Como? A sério?
Sim, sim. Está muito desenvolvida para a idade. 
A sério? - já de bochicha bem vermelhinha - mas olhe que ela até nem fala muito. Começo meninas da mesma idade ou até mais pequenas que já falam imenso. Ela palra muito, passa a vida nisso, mas na maior parte das vezes não se percebe nada...
Mas olhe que está muito desenvolvida. E a fala não é assim tão significativa do desenvolvimento de que estou a falar eu. Há crianças que falam muito mas interagem muito pouco com o mundo que as rodeia. A Clara tem muita noção do mundo à sua volta, reage imenso aos estímulos externos, segue conversas, percebe perfeitamente tudo o que se lhe diz e participa nas brincadeiras como uma criança mais velha.
Ah, que bom. Fico feliz. Se calhar ela fala pouco porque é bilingue, então.
Sim, isso pode fazer com que demore mais a falar. Se calhar se falasse só uma língua tivesse mais vocabulário. Mas contínue a falar com ela em português, o pai em italiano e se puder, ensine-lhe mais línguas. Só lhe faz bem.

E pronto, com isto saí de lá toda inchada e com vontade de gritar a minha filha é a maior!!!
Estou eu a fazê-lo. E com esta me vou, que já exagerei. Não há nada pior que pais exaltados com os próprios filhos. São a ruína do futuro da humanidade....

os nossos dias na praia

antes de me atirar à àgua, deixa lá habituar os pézinhos à temperatura a brincar aqui um bocadinho!
está bem mãe, gosto muito de ti, mas tira lá a tua mão da minha bóia!
espera lá, que estão aqueles ali a fazer?
àgua quentinha, limpa e calma! que mais posso pedir da vida^?
ah...que bom que é ler uma revista à sombra para recuperar de tantos mergulhos!

sete anos de azar?

Hoje partiu-se um espelho daqueles de corpo inteiro lá em casa. Não sou supersticiosa portanto, à parte o transtorno de ter que limpar, tudo bem. Até ser desvendado um detalhe: partiu-se porque a Clara estava a brincar à frente dele, a falar com o seu reflexo... A sorte é que para cima da pequena não foram mais do que umas lasquinhas inofensivas e que os pedaços grandes ficaram todos milagrosamente agarrados uns aos outros e dentro da moldura. Milagrosamente ninguém se magoou ou ficou sequer com um arranhão. Milagrosamente. Mas ainda assim eu perdi sete anos de vida naquela fracção de sete segundos.

da dieta #4

Apesar de ter sido uma dieta meia coxa, já que no antepenúltimo e penúltimo dias pequei tendo comido um geladito em cada noite, consegui perder aquele volume na barriga que tanto me arreliava (que acabou por corresponder a quase 2kg). Já não pareço uma grávida de cinco meses mas uma mulher sedentária que teve uma filha há ano e meio. Tenho uma barriguita pequenina e alguma retenção de liquídos (forma simpática para chamar a celulite esta que encontrei, ah?).
É continuar a comer com moderação e a fazer umas passeatas com a Clara e acho que este Verão escapa. Mas em Setembro lá vou eu para zumba, que com o pilates não vou lá. Ai não vou, não senhor!

um ano e meio da Clara

Passaram só 18 meses desde aquela terça-feira de Janeiro, fria mas solarenga, em que vi pela primeira vez a minha filha e tenho a sensação que a tenho aqui comigo desde que me conheço. Estranho! Mas se pensar bem tenho-a comigo desde que me conheço como mãe e, no dia em que me tornei, é como se tivesse renascido.
Neste tempo aprendemos muitas coisas as duas embora os progressos que fez a pequena sejam mais evidentes. É um processo que se faz em conjunto, mãe e filha. À medida que ela vai crescendo e as suas necessidades mudando, vou crescendo eu também, aprendendo na base da tentativa-erro e ouvindo o meu instinto. É isto que descobri ser a maternidade.
Ela, entretanto, já não anda, corre. Muda de direcção em moviento e não se desequilibra. Trepa. Abre e fecha tudo. Desarruma e arruma com uma lógica toda dela. Quer comer sozinha e para já só não gosta lá muito de iogurte e cenouras cozidas. Pede para ver o Ruca Uuuuca, Uuuuca. Diz Mamã em todos os tons que comece e quando ainda assim não lhe respondo diz Mãe! muito imperativa. E tenta falar, falar imenso numa língua toda dela, e dá entoação a um mix de Clarez, italiano e português e eu passo os dias a tentar decifrar não só o que quer prononciar mas também em que língua o faz.
Diz:
Papà
Pápa
Áaaazie - grazie, obrigada em italiano
Áaaabua - água
Auda - ajuda
Onto - pronto, o está italiano para atende o telefone, metendo um telefone ou algo parecido da orelha
Pota - porta
Icicleta - bicicleta
Letí - leite
Ti ou xi - sim e si
No e Não
Caco - carro
Caca - cocó em italiano
Lala - Clara
Anda - Panda
Tata - boneca
Ita - Rita, a babysitter. Ultimamente tem chamado imenso por ela. Já não a vê há um mês e meio, desde que começou a creche, e deve ter saudades (tenho que lhe ligar). Vai para a creche toda contente, adora e passa o fim-de-semana a cantarolar as músicas que aprende e a fazer-lhe os gestos.
Desde que deixou de mamar às 5 da manhã foi adiando o primeiro pequeno-almoço e ultimamente tem dormido a noite toda seguidinha até de manhã.
Adora tratar das bonecas e peluces e brincar às cozinhas. Se estiver a dar música dança e é o verbo ir, sempre pronta para saír nem que seja só para ir visitar a avó que mora à nossa frente. É muito meiga e não se poupa nada nos beijos e festinhas mas quando vê o Filippo a dar-me um beijo ou abraço tem ataques de ciúme e lá vem ela salvar a mãe.
Começa a fazer as primeiras birras mas passam em meio minuto e tem pilhas duracel. Anda, anda, anda e por ela andava ainda mais. Continua a ser uma bebé serena, apesar da energia que transborda, alegre, comunicativa e cheia de confiança em si. E embora na páre um segundo quieta, respeita bastante os nãos.
Adora animais, todos sem exepção, do cão à mosca passando pelos gato, passarionho e...aranhas! Fala com todos e quer tocar-lhes, dar-lhes comida, brincar.
Amanhã temos controlo dos 18 meses na pediatra. Vamos lá ver o que nos diz.

da dieta #3

A dieta estava a correr muito bem, resistindo aos restos de coisas apetitosas quais pão deixados pela Clara e pratos de massa caprixada do maridão. Estava. Até os meus sogros virem cá almoçar e trazerem gelado de tiramusù. Ao almoço escapei. Ou escapou. Mas depois estive imeeeeeeenso tempo para meter a Clara a dormir. O Filippo foi ver a final do mundial para casa de um amigo e quando a Clara finalmente adormeceu liguei a televisão e estava a dar Garden State. Já estava irritada e a precisar da compensação emocional que só um bom doce pode dar e ainda me está a dar um filme que tanto me lembra o Afonso. Assim não, assim é demais... O gelado começou a chamar-me com tanta insistência Rita, Rita, Ritália vem salvar-me deste frio polar, vem por favor que eu, como boa mãe de família que sou, não pude resistir... Era pequenito coitadinho. Mas eu devia saber que nada se mede aos palmos. Nem os gelados. Naquela caixinha, para além da delícia, estava o deitar por água abaixo o sacrifício de 5 dias. Sonso safado....

deve ser genética

A Clara ontem estava a roer uma pelezinha que tinha no dedo com grande concentração e fazia caras iguaizinha, repito i-g-u-a-i-z-i-n-h-a-s ao avô paterno.
Hoje de manhã, estava eu a preparar a bicicleta para levá-la à escola e ela andava por ali. Caíu, levantou-se, peguei nela para a meter na cadeirinha. Tinha o joelho todo esfolado, e repito t-o-d-o. Não se queixou, não fez cara feia quando caíu ou levantou. Nada. E no entanto tive que voltar a subir e desinfeitar a ferida. A avó materna partiu o fémur no domingo e de fémur fracturado foi assistir a uma missa em Coimbra, este num almoço de família, passou a segunda-feira em casa e só na terça é que foi para o hóspital e soube o que realmente tinha e que teria que ser operada. A valentia herdou da avó materna, está visto.

da dieta #2

Depois de ter chegado a sentir vergonha pela minha barriga que mais parece de grávida de cinco meses nestes dias na praia, e de ter tentado entrar numa saia e nuns calções e me ter sentido mais do que apertada, decidi dar ínicio à dieta depurativa de três fases.
O marido não me acompanha, de maneira que me esperam dias a fazer três refeições diferentes: para ele, para ela e para mim. Mas pronto, não há bela sem senão, não é o que se diz?
Sei que devia fazer também exercício, mas no Verão não gosto nada de ginásios e tenho pouco tempo, e ajudas, para ir fazer caminhadas. Faço o que posso. Meto a Clara no carrinho e lá ando mais depressa e o tempo que ela me consente.
Já vou a meio do segundo dia e os dois primeiros é que são mais duros. Não se come quase nada. Só alface, legumes, sopas simples, fruta, centrifugados e chá. A única excepção é um iogurte natural magro, um bocadinho de queijo magro ou presunto magro (30gr...nem dá para encher a covinha do dente) e 3 (três!!!) tostas integrais secas. Tenho fome mas tenho aguentado. Penso em amanhã. Sim, amanhã já vou comer mais. Pelo menos ao almoço tenho direito a sólidos. É só mais um bocadinho assim, Rita! Só mais um bocadinho assim!
(pior, pior é resistir às tentações da Clara que quando não quer mais o seu pãozinho me dá...tão generoa a minha pitorra)

Sou do Minho sou do Minho

de Biána naturale
Quem náo conhece Biána
Náo conhece Portugale

E pronto, lá terei que ouvir e sobretudo iniciar a Clarinha na audição deste tipo de música quando for a Viana em Agosto nas (e não para que não acho grande piada, Vianense atipica esta) festas.

ironias

Na terça-fiera de manhã estive mesmo para escrever um post com o título Cameira Conti, uma família em sintonía visto que na segunda fomos jantar fora e acabamos com uma garrafa de vinho que nos fez voltar um bocadinho aos esses para a autocaravana e nessa noite a Clara, que dormia enquanto jantávamos, decidiu vomitar pela primeira vez na sua vida. Duas vezes, primeiro na cama dela e depois na nossa. Que felicidade...
Só que, como devem imaginar, terça-feira passou-se entre lavagem de roupa de cama e banhos no mar e não tive tempo. A idéia do post foi passando já que o tempo para vir ao blog foi escasseando à medida que o virus intestinal da Clara ganhava forma. Quarta de manhã vomitou o pequeno-almoço todo no passeio e ao fim do dia começou com a diarréia. Daí foi um crescendo até sexta à hora de almoço em que teve quatro descargas no espaço de uma hora. E se até quinta de manhã andava bem disposta e brincava como sempre, quinta à tarde já não tinha vontade nenhuma de estar na praia e sexta de manhã nem se fala, chegou mesmo a adormeçer à beira mar... 
Pelo que, o que parecia nada, acabou por se transformar no fim antecipado das nossas férias. Voltámos para casa sexta e ainda bem. Estava a começar a ficar farta de estar fora de casa com a Clara assim e ainda por cima na autocaravana. 
A roupa para lavar era mais que muita, para acabar com ela tive que fazer 8 máquinas, mas ainda assim, e visto que a Clara melhorou mal meteu os pés na sua casinha, ainda deu para descansar sábado e domingo entre sestas e passeios. 

os meus lugares comuns

A cada dois anos lá venho eu aqui falar mal da selecção. Tem de ser, faz parte. O problema é que este ano não estou minimanente interessada no que anda a fazer aquele grupo de marmanjos. E ainda bem, se não andava com a telha. Sim, porque basicamente andam a fazer n-a-d-a. O primeiro jogo foi a desgraça que se viu e a minha sorte é que a certa altura fui dar banho e jantar à Clara e deixei o marido a ver aquela agonia. O segundo não vi porque ninguém merece passar o dia de um lado para o outro a tomar conta (e a tratar) de uma pequena peixinha extrovertida na praia e piscina e ainda ter que ficar acorada até à meia noite para ver aqueles lindos penteados a passear campo acima e campo abaixo. E nem a Itália se safou e já está a fazer as malas para vir para casa. Mas pelo menos jogaram até ao último segundo para tentar passar a fase de grupos. Vamos lá ver a desgraça que será amanhã. Mas tenho para mim que também não vai valer a pena ver.
E depois de vir cá ano sim ano não dissertar sobre este futebol nacional que sigo mas não entendo, tooooodo o santo ano venho cá queixar-me do tempo. E pronto, aqui vai disto: o tempo está tolo. Mas completamente passado da cabeça. Isto assim não há quem aguente. Frio, chuva, ventos endemoniados e depois calor e humidade como se o inferno tivesse descido à terra. Assim, de um dia para o outro. E às vezes no memso dia. Detesto calor, já se sabe, mas esta instabilidade está a levar-me à insanidade mental. E a resultar em constipações fora de época. Ninguém merece!
E pronto. Este ano já piquei o ponto.

ROMA|AMOR

Quis o destino que se desse a coincidência de ir a Roma 5 anos depois de ter estado lá contigo.
Adorei este último fim-de-semana. Estive lá com as minhas amigas e para além de rever Roma, que é sempre linda, deu para matar mesmo bem as saudades que tinha delas já que falamos que nem matracas o tempo todo.
No entanto, não posso deixar de confessar que a tua lembraça me fez sombra. Não sei se é por estar longe de Viana e dos lugares e pessoas que nos viram crescer que muitas vezes tenho a esperança vã que tu estejas a fazer uma viagem e que um dia te vou voltar a ver. Mas a verdade, aquela mesmo nua e crua, é que não te vou ver voltar e que fazes, e fazes-me, muita falta. E estar ali, na cidade eterna onde passamos dias tão bons, com algumas daquelas pessoas que nos conhecem há anos, mexeu muito comigo.
Ultimamente tenho a sensação que só agora estou a elaborar a tua ausênsia. E as saudades loucas que tenho de ti. E o vazio que deixaste. Em mim. Na vida.
Só que este é um percuro tortuoso, manhoso, de avanços e recuos. Volta e meia parece que até já aceitei. Outras envade-me uma grande raiva. Enfureço-me contigo e com a vida. Noutras penso que se acreditasse em Deus e na vida eterna seria mais feliz. E existem outras ainda em que o que queria mesmo era acreditar no céu e nos anjinhos e nessa porra toda. Mas não acredito. E depois vou em stand-by. Tento não pensar para não sentir e aparentemente estou em paz. E quando começo a sentir-me melhor catrapum, lá recomeça a lenga-lenga.
Uma grande merda, é o que é.
E sabes que mais? Estavas enganado, a vida não é madrasta. É mesmo filha da puta.

da fauna e da flora na casa Conti Cameira

Bem, está visto que ainda não estamos preparados para ter animais em casa.
Também passamos por essa fase com as flores e aos poucos fui aprendendo a tratar delas, e a fazê-las florir em vez de morrer.
Demorou tempo e o Filippo estava quase a perder a esperança em mim, mas a verdade é que agora tenho uma orquídea há mais de três anos e meio que está sempre a florir, uma plantinha rosa linda (já sei tratar delas mas ainda não sei dar-lhes nomes, uma coisa de cada vez!) que o Filippo me ofereceu no dia da mãe no ano passado que este ano, na mesma altura, voltou a florir e um bonsai com já um ano e uns meses que agora está a dar florzinhas mínimas.
E assim, a botânica passou a vingar em nossa casa. Já a zoologica...essa ainda tem um longo percurso a fazer, infelizmente.
Lá para fins de Novembro o Filippo foi à inauguração de uma loja de animais cujo espaço é alugado pelos pais dele. A filha dos donos, uma miniatura humana loirinha e irresistivelmente simpática, ofereceu-lhe dois peixinhos vermelhos e tudo o que as criaturas precisavam para sobreviver. O marido não teve nem modo nem coragem de dizer que não. Mas quando me apareceu com os seres vivos lá em casa eu avisei logo que já tinha muito trabalho e que me encarregava de lavar e alimentar a Clara e que portanto ele teria que fazer o mesmo com o Tico e o Teco.
É claro que a água estava sempre suja. Alimentar lá os alimentava, mas quando era mais que altura para lhes mudar a água e lavar o aquario é o tá quieto! Lá ia eu, passados demasiados dias e com pena dos pobres peixes, mudar-lhes a água e esfregar o lodo das paredes de vidro.
A sexta passada foi um desses dias de sujidade extrema e quando estava a tirar de lá os peixes vi logo que não estavam bem, principalmente um. Avisei o Filippo. Mas só avisei, do género estes dois não estão bem, estão doentes, vão morrer em breve, qual discurso fatalista, não fizemos mais nada a não ser limpar e alimentá-los. Fomos para Roma e nunca mais pensámos nos desgraçados.
Domingo à noite um estava morto. Deitado no fundo do aquário de água túrbida.
Decidimos mandar os dois ao rio, só para não termos que fazer mais um funeral há distância de uns dias.
Nessa noite decretei que não podiamos ter os coelhos. Pelo menos para já.

viva a escolinha

Terça-feira foi o primeiro dia de escolinha para a Clara.
Fomos os três de bicicleta até à creche e lá nos esperavam educadoras e novos amiguinhos da Clara. Era suposto estarmos uma hora lá dentro com ela, para que se sentisse segura. Pois sim! A pequena entrou e não voltou a olhar para nós. Minto, a certa altura aproximou-se para me mostrar o super brinquedo que tinha na mão e seguiu com a sua vida. Acabamos por sair da sala e ficar do outro lado da porta passados 15 minutos e ela lá ficou tranquila a brincar. A hora passou e a educadora veio trazê-la. Tudo muito sereno e lá fomos passear para o centro da cidade e depois parque.
Ontem foi o segundo dia e depois de uma noite um bocado mal dormida a Clara só tinha vontade de chupeta. E eu lá lhe ia dizendo que vamos para a escolinha, quando lá chegares vais ter que tirar a chupeta.
Estacionei a bicicleta à porta e não é que a safadinha saca da chupeta, tira os casacos, muda os sapatos e entra disparada na sala sem olhar para trás? Quando cheguei para a ir buscar, uma hora e meia depois de a ter deixado, continuou mais uns minutos a brincar e depois lá me veio mostrar o que tinha na mão. É hora de ir embora, Clara. E lá começa a distribuir beijos.
Hoje, terceiro dia, a educadora veio buscá-la à porta e perguntou queres ir brincar com os meninos? Sim! Então dá um beijinhos à mãe. Lá me deu um beijo repenicado e nem olhou para trás!
E pronto. É isto. Hoje fica lá duas horas e amanhã almoça.
Espero que continue a correr assim tão bem!

da dieta

Estou a precisar de fazer dieta. A barriga não pára de aumentar e a gordura das coxas também não me dá trégua. Estes quilos a mais estão a dar cabo de mim e da minha vontade de praia e o pior é que não tenho a mínima vontade de fechar a boca. Depois de tanto tempo a ter que fazer sacrifícios e a pensar em tudo o que comia por causa da intolerância da Clara, agora que posso comer tudo e quanto me dá na real gana não consigo parar. Estou completamente fora de controlo...Ele é queijos, ele é croissants e ele é (sobretudo) chocolate! Chego ao cúmulo de estar a ficar cheia de andar sempre cheia! Pode?
No outro dia tentei começar uma dieta depurativa cá em casa. A mesma que fiz com a mãe há uns anos em Viana e que correu mesmo bem. Consiste em três fases sendo que na primeira, que dura dois dias, não se come quase nada. Só fruta, legumes e pouco mais. 
Acontece que andamos numa fase de muito trabalho e mudanças na rotina da Clara para a habituar ao ritmo da escolinha que começa esta terça-feira e, portanto, a dormir mal. Andamos cansados. Mas mesmo assim decidimos arriscar a fazer a tal dieta.
O pequeno-almoço correu bem. Levei o lanche de meio da manhã ao marido e também eu o comi. O almoço lá foi engolido. O lanche já só eu é que fiz e o marido chega a casa de rastos, cheio de dores de cabeça de fome. Pedimos pizzas? Bora! 
E pronto. Nem 12 horas durou a nossa dieta. Até ver. Há-de chegar o dia em que vou ter mesmo que fechar esta boquinha. Aí pois vai!
E pronto, desde o dia 15 que não dou de mamar à Clara. No dia em que completou 16 meses, dei por encerrada a central de leito materno. A pequena quase não reclamou e eu estou livre!
Foi uma passagem, esta de dar de mamar e deixar de dar, tão natural e gradual, que quase me esquecia de deixar aqui registado. :)

e é isto

primeiro vi esta fotografia na internet e achei ridícula a figura do primeiro ministro e dos dois secretários do Estado (o segurança e o empresário pronto, escapam...a obrigação falou mais alto).
Mas depois ouvi isto (como sou uma verdadeira incapacitada com estas coisas dos links e afins, é favor ouvir a mixórdia de tematicas a gesta dos barquinhos, obrigada!) e pensei bom, bom mesmo era que estes palhaços fizessem coisas destas todos os dias para eu me rir como uma louca depois de uma noite quase em branco!
Força com isso, pá!

viagem a Portugal e outras trivialidades

Ah, pois é! Por aqui já se foi e já se voltou.
Os voos com a Clara, até hoje, têm corrido sempre muito bem. É claro, a pequena cresce, ganha autonomia e portanto já não é só estar sentadinha com ela ao colo a brincar ou a dormir. Agora já não dorme o voo quase todo, já não tem a maminha para acalmar e prevenir dor de ouvidos e portanto dá mais trabalho. É preciso distraí-la mais, insistir para ter a chupeta na boca a descolar e aterrar, passear para a frente a para trás no corredor e vê-la a comprimentar todos os passageiros. Depois lá acaba por ficar podre de sono e é também mais difícil adormecê-la. Se já em casa, na calma do seu quarto, combate o sono, imagine-se num avião cheio de luz, barulhos e distrações. Acabou por dormir um bocadinho em cada voo, sempre no fim, mas não foi tarefa fácil. De qualquer das formas portou-se muito, muito bem. Esteve sempre bem disposta, não se queixou dos ouvidos (que é sempre o meu medo) e se eu me atrevesse a apontar-lhe alguma coisa seria a mãe mais ingusta deste planeta.
Em terras lusas também esteve muito bem, não acusou quase nada a diferença de hora (esta foi a vez que melhor correu neste aspecto), não desregulou os sonos ou o apetite e foi uma delicia vê-la com os avós, tios e primos. E, sobretudo, com a Kuata. Coitada da cadela, fez-lhe a vida negra com tantos puxões de pêlo. Mas depois compesava tudo com os bons pedaços de pão ou bolacha que lhe dava.

Entretanto dá-se que em Portugal este domingo foi o dia da Mãe e que em Itália se festeja no próximo e, portanto, como Mãe de uma luso-italiana que sou, esta para mim é a semana na Mãe! E, acerca disto, tenho pensado nos elogios que me fazem à filhota. Que está ótima, alta e gordinha, cheia de saúde, é uma vivaça, despachada, cheia de confiança, serena e muito, muito meiga. Que é esperta, percebe português e italiano e até já arranha umas palavrinhas aqui e ali. E eu agradeço embora teime em acreditar que seja tudo mérito meu. Acredito muito que o bom feitio dela tem mais a ver com a sua maneira de ser e que eu, enquanto Mãe, apenas posso ter responsabilidade no que toca à saudinha (e mesmo aqui, ela teve também sorte de nascer uma bebé pouco dada a doenças).
É claro que sei que até hoje dei o meu melhor. Que abdiquei de muita coisa por ela, que me dediquei de corpo e alma a esta cria, mas que tive muita sorte de me sair da rifa uma filha que é sã e tão bem humorada. E ao vê-la crescer de dia para dia, e a afirmar cada vez mais a sua personalidade, tenho noção que estes dois primeiros dias da Mãe da nossa vida foram os mais fáceis da nossa existência. Até agora bastou tratar dela. Dar resposta às suas necessidades. Agora é que vai começar o verdadeiro desafio: educar. Dizer que não uma e outra vez. Explicar vezes sem conta o certo e o errado. Direccionar, orientar, ensinar. Sim, agora é que vai começar a aventura a sério-a sério, até porque eu continuo a acreditar que nisto do sucesso da maternidade conta muito a sorte que se tem com os filhos que a vida nos reserva.

Mea culpa

Uma das recordações que tenho mais nítidas da minha infância é ir tirar sangue ou tomar uma vacina e a minha mãe me dizer de pensar a coisas boas. A tudo aquilo que gosto e que tudo passaria depressa porque era forte com os meus pensamentos. Isto de pensar em coisas boas para não sentir a dor ou o desconforto é uma herança que trago sempre comigo. Viro a cara para o outro lado e penso no Oceano, nos passeios no jardim, nas músicas que mais gosto e tudo passa mais depressa. Passa melhor.
Ontem tive que ir com a Clara tirar sangue. Mostrei-lhe os desenhos na parede. Brinquei com ela na salinha para que tudo fosse o mais sereno e natural possível.
A enfermeira entrou e começou a tranquilizar-nos. A explicar o que se ia passar e a interagir com a Clara. Percebeu logo que era a mãe a mais tensa nesta história toda. Quando me disse para estar tranquila fazendo-me uma festa na cara desabei. Comecei a chorar qual Maria Madalena e pronto. O caldo entornou... Ela reclamou porque não queria estar presa e depois estranhou as minhas lágrimas. Por sorte estava lá o super pai que se meteu ao lado da pequena e a acalmou. E foi a mais pequena a ser a mais valente. E pensar que eu queria que ela tivesse de mim toda a força que precisava... 
Eu até acho que sou corajosa. Que não sou mariquinhas pé de salsa. E olha...quando vi o bracinho mínimo da minha pitorra pronto a levar com a agulha não aguentei. Sei que é um disparate. Que sou uma hiper sortuda que a Clara é do mais saudável que há e que os problemas e dores da vida não são de todo estes. E mesmo assim...
É disparatado o amor que se sente e a vontade desmedida de ter um filho sempre protegido.

(felizmente as análises estão ótimas!)

Que dia

Considerando que o meu dia começou hoje à uma e meia da manhã, mesmo ainda sendo só meio dia, já vai longo e já pode ser considerado um dos mais desfortunados da minha vidinha.
A Clara hoje não sei o que tinha, queixou-se a noite toda. Quando acordou à uma e meia dei-lhe de mamar a muito custo porque estava toda suada e quase a vomitar. Deitei-me quinze minutos depois muito desconfortável e adormeci. Mas a pequena às quatro da manhã voltou a queixar-se e acabou na nossa cama. O sono estava difícil e demorou imenso a voltar a adormeçer. Devia ser dentinhos porque mesmo de olhos fechados queixava-se. Levei muito pontapé e empurrão e às sete da manhã estava quase fora da cama...
Às oito saímos da cama e (re)começou a saga do bebe o leitinho todo. Ao pequeno almoço já não lhe dou mama (e anseio por não lhe dar a meio da noite também...), mas a pequena não gosta lá muito daquilo.
A babysitter chegou atrasada portanto não tive tempo para tomar banho.
Saí a correr de casa e já no gabinete e a trabalhar sinto o terramoto, curto mas intenso, a fazer tremer tudo, até as minhas entranhas mal dispostas. E eu aqui sozinha...
Mais tarde decido ir à câmara para resolver um problema de interpretação da lei com a chefe de divisão. Coisas sempre muito agradáveis, sobretudo em Itália que a quantidade de papel é sempre mais que muita e como se já não bastassem as mil e uma leis para fazer um simples projectinho, ainda tenho que aturar a interpretação da lei feita por um e por outro...
Quando saio de lá começa a diluviar como se o mundo estivesse para acabar. Era de tal forma que num trajecto de um minuto a pé fiquei completamente incharcada. E quando estava mesmo quase a chegar começou a chover ainda mais um bocado, como se fosse possível.
E pensar que ainda tenho tanto dia pela frente...

da vida D.C. #2

Uma tia-avó do Filippo, que morreu há uma semana, de origens Folignate transferida a Nápoles por amor, dizia-me muitas vezes que só sentiras Foligno realmente tua no dia em que tiveres filhos
No tempo A.C. volta e meia pensava o que andava aqui a fazer. Sentia muitas saudades de Viana e da vida que lá tinha deixado. A minha alma lusa não me desmentia e tinha crises de saudades arrebatadoras. Nesses dias em que me sentia numa batalha entre o amor e o amor, acabava por me render a estúpidas superstições para me decidir. Normalmente alugava um filme e pensava que se tivesse legendas em português então por aqui devia continuar pois podia ter cinema como se deve. 
No outro dia reparei que a cadeirinha da bicicleta para a Clara é feita em Portugal e, comentando com o Filippo, respondeu-me vês, podes ficar em Italia, então! E eu dei por mim a pensar que no tempo D.C. estas estupidezes nunca mais me passaram pela cabeça. Nunca mais senti assim tanta falta do meu mundo português a tal ponto de meter em causa a minha vida italiana. A minha vida luso-italiana está muito bem.

pilates interrompido

Já não tenho uma aula de pilates há quase um mês, primeiro porque a professora ficou doente, depois porque se casou e foi em lua-de-mel e agora porque na lua-de-mel teve um acidente de carro (que sorte do caraças...) e está imobilizada na cama com colar cervical.
De maneira que as minhas duas horas semanais de descanso (do trabalho, da casa, da Clara, etc e tal) estão interrompidas por tempo indeterminado.
Em contrapartida, tenho ido com a Clara para o parque (a pé ou de bicicleta para manter a "forma") e em vez de descanso tenho tido cansaço acrescido. A pequena não pára um segundo. Sempre de um lado para o outro a ver se faz amizades. Ora é tentando ofeçer água a todas as crianças, ora bracejando com a bola na mão a ver se alguém lhe liga ou cobiça o seu brinquedo. E eu atrás dela, a ver se não dá algum tabefe (intencional ou não, que quando não lhe ligam volta sempre a praguejar) a algum miúdo.
E assim, uma pequena minhota cresce em terras italianas.

No dia 1 de Abril...

...não é mentira mas parece-me. A Clara bebeu pela primeira vez leite de vaca. Foi muito pouco, 10ml para começar que a pequena tem que se ir habituando gradualmente. Mas foi um começo. Agora é aguardar para ver como reage e esperar que corra tudo bem. E eu posso começar a sentir o cheirinho da "liberdade". Que isto de amanetar é bom mas...já era. Estou farta. Tenho a sensação que a Clara me está a sugar todas as energias, todas as entranhas. Sinceramente, admiro muito as mãe que o conseguem fazer até aos dois anos, mas fosse por mim, ao ano da gorduxa eu tinha deixado o peito pelo copo de leite, ou biberão, ou que ela achasse melhor. Já anda, tem oito dentes, começa a falar. É praticamente uma mulher feita, de 14 meses e meio! E ainda a mamar? Naaaaa! A sorte dela é que não é uma bebé "viciada" na maminha. Alimenta-se e vai à vida dela. Não fica ali agarrada para ter mimo, ou para adormeçer, ou para brincar. Quando quer mimo abraça-me e dá-me beijinhos. Quando quer dormir pega na chupeta e para brincar tem ela muita coisa. É a sorte dela, se não tinha deitado pelo ar a história da intolerância vs integração através do meu leite e tinha partido directamente para o leite de soja. É que sei de muitos meninos e meninas que não largam a maminha da mãe nem por nada...medoooooo!

Isto do luto é mesmo estranho.

Vivemos com a certeza da morte. Mas nunca estamos preparados quando ela chega.
Depois tentamos assimilá-la. Compreendê-la. Viver com ela. O tempo passa e compreendemos que é uma luta. E como bons guerreiros que devemos ser, superamos e tentamos vencê-la. Não à morte, que para ela não à solução, mas à vida. Temos que continuar a viver.
Depois, com o tempo, chega um dia que acreditas que o pior já passou. Que grande parte da aceitação está feita e respiras quase de alívio. E é nesse dia que acordas mal disposta porque durante a noite sonhaste com essa pessoa querida. Sonhaste com a morte. Não com a sua mas com a de um seu semelhante e ouviste os seus desabafos. Aqueles tão próprios do luto. Semelhantes aos que tu desabafaste. De um irmão sobre outro irmão...
Acordas com a angústia no peito e percebes que esta luta não tem fim. Que podes até vencer algumas batalhas, mas que a vida é muito longa para a irreparabilidade da morte.

Primavera

Hoje começa a Primavera. Maravilha!
Depois de um Inverno cheio de chuva, a nova estação começou com sol e temperaturas ótimas. E portanto temos tirado do armário as roupas mais frescas e da garagem os novos meios de transporte, a bicicleta e o carrinho de bebé ultra leve. Mas mais importante de tudo, temos passado as tardes no jardim a brincar com as pedrinhas, nos escorregas e baloiços e com as outras crianças que por lá andam.
A Clara é o verbo ir. Está empre pronta para sair e se for de bicicleta ainda melhor. E como bebé desinibida que é, vai "falar" com todos os novos amiguinhos no parque. Apetitosaaaaaaa!

Parabéns a nós

Mais um ano passou, deste nosso casamento. Já contamos três e, mais uma vez, festejamos com a vida normal. Não vale mesmo a pena fazer planos para grandes festas no dia 12 de Março, está visto!
No primeiro ano passamos a noite a trabalhar para entregar a super maquete (2012). No segundo a Clara era muito bebé e celebramos em casa, com um jantar surpresa organizado pelo maridão (2013) . Ontem era para termos ido jantar fora, ou passar o fim-de-semana fora. Qual quê? A Clara desde terça que tem febre (e não sei porquê, tem só febre) e portanto não tive coragem de deixá-la em casa com a avó. Nem a deixei com a babysitter de manhã. Estou eu aqui com ela que o mimo da mãe cura mais que ben-u-ron. De maneira que nem ao supermercado fui e temos o frigorífico vazio. Conclusão: jantamos pizzas no sofá enquanto viamos o vídeo do casamento. E assim recordamos os detalhes desse dia tão feliz.

Na caixa de um supermercado

Esta bebé é tua filha?
É sim.
Oh meu deus, que mundo este...tão novinha e já com uma filha. Credo....
Quantos anos me dá?
Sei lá. Tipo 15!
Tenho quase 33.
Pois, 15 era muito pouco mas não te dava mais de 20.
Obrigada. Mas tenho quase 33.
Olha, com essa cara e corpinho vais chegar aos 50 anos e ainda podes parir.
Veremos...



E é isto. 

9 de Março de 2014

É já o terceiro ano que não te ligo para te dar os parabéns, meu peixinho. 
Este ano, um pouco para te festejar e outro tanto para tentar não lembrar a tua ausência, pensei em ir passar o dia à praia com a minha família, família que nunca chegaste a conhecer. 
O dia estava lindo, de sol, de quase Primavera. O mar estava vivo. 
A ideia era, para além de te celebrar na praia que tanto gostavas, relembrar-te à mesa, a comer e beber bem que era uma outra tua paixão.
Não nos lembramos foi que sendo um dia de sol único neste ano de chuva, a mesma ideia passou na cabeça de muitos italianos e portanto todos os restaurantes com vista para o Adriático e com boa comezaina estavam cheios. Depois de voltas e mais voltas, acabámos sentados numa mesa de uma quase tasca sem vista para o mar nem para lado nenhum. A Clara cheia de fome e depois cheia de sono. Almoçamos às prestações, eu e o Filippo. Quando a pequena finalmente se rendeu ao sono fomos dar um passeio a pé, mas o sono durou muito pouco...
Decidimos ir até ao Ikea comprar umas coisas que nos faltavam em casa. Grande erro. Estava à pinha. Coisa que detestavas, e eu também não suporto, nem a Clara pelos vistos que já nem reclamar conseguia de tão baralhada que estava.
Partimos demasiado tarde. A Clara começa a dar grandes sinais de fome. Parámos pelo caminho para lhe dar uma sopa e nós comemos uma pizza. A correr. Já só queriamos todos chegar a casa. A casa de onde tinha fugido para não te pensar (tanto) ou de onde tinha saído para te homenagear, já nem sei.
Se o objectivo do dia era não pensar (tanto) em ti, então atingimos o objectivo. Com tanta correia nem tive tempo... 
Mas hoje, dia 10 de Março, estou estourada e com uma sensaçaão ainda mais amarga. Porque nem te esqueçi, nem te lembrei ontem. Não te chorei, nem saboriei um dia de ligeireza como gostavas de viver nos vinte e sete 9 de Março que passaste.

de volta à bicicleta

Imenso tempo depois. Pelo menos dois anos e meio depois, que entre glândula, gravidez e os primeiros meses da Clara, durante muito tempo não deu.
No outro dia meti-a a fazer a "revisão" e a pôr uma daquelas cadeirinhas para bebés. Ontem fui buscá-la e hoje, mesmo não estando sol nem calor, não resisti em vir para o gabinete a pedalar.
E não é verdade que nunca se esqueçe como se anda de bicicleta? Parecia que nunca a tinha deixado na garagem.
Ah!...que sensação maravilhosa o vento a bater na cara!...

what the fuck...

Não há nada como viver para aprender. É verdade. E ontem aprendi às minhas custas e juro, mas juro, que nunca mais vou esqueçer.
O maridão estava sempre a dizer para ir a uma loja de roupa de criança que conheçemos os donos (e em especial a filha dos donos) comprar qualquer coisa para a Clara. Pois a dita loja tem coisas muito giras, mas muuuuito caras, e portanto em nunca tinha lá entrado a não ser uma vez antes da Clara nascer com a minha sogra (e portanto pagou ela!) e no início deste Inverno para lhe compara um gorro (que mesmo assim, para o que era foi caro, mas pronto, era um gorro e portanto não podia ser assim taaaaanto dinheiro).
Nos anos da Clara, há quase dois meses, ofereçeram-lhe uma fita de cabelo da tal loja que só no outro dia reperei que lhe estava mínima.
Que vergonha Rita, ires lá agora trocar, ainda por cima nunca compraste lá nada...
Ontem enchi-me de corajem e lá fui, com a fita.
Mal entrei começa a dona para a empregada sabes quem é? é a nora do T. e da C.! Como está o Filippo e a P.? E a avó? 
Explico a história da fita, troco a fita e penso que tal comprar aqui o bolero para o casamento da B.? Mostram-me coisas bonitas mas com armani escrito no peito, ou simbolos de grandes marcas e eu não acho piada nenhuma a essas coisas. De maneira que peço para ver um conjuntinho giro. Para ver o que têm. Entre várias coisas fofas e bonitas, eis que apareçem com uns calções às riscas azuis e brancas em algodão combinados com um top de alçinhas aos folhos em algodão e bordado inglês. Lindo!
Apaixono-me pelo conjunto apresentado num único cabide e com um preço marcado numa das peças. Era um preço alto para ser só para uma peça mas bastante aceitável para ser pelas duas, 65 euros.
Pronto, está bem, levo.
Começa a fazer a contas e qual não é o meu espanto quando ouço 170 euros, a diferença das fitas +e 5 euros mas não te meto. tudo é 170 euros. 
Como, desculpe? Fiquei paralizada. Paguei e calei porque não tive coragem de fazer mais nada. Conheçem tooooda a família do Filippo, eu conheço a filha que é umas das melhores amigas de uma grande amiga minha cá, nunca tinha comprado lá nada, tric e trac e pronto...
Saí da loja o mais depressa que consegui. Corri para casa e não é que o período me chegou mais cedo?
Nunca mais. Nunca mais. Nunca mais. Nunca mais compro nada sem perguntar o preço antes. Nunca mais confio nos preços que vejo marcados. Nunca mais. Juro!

é o conjunto da menina do meio

o cúmulo da minha conisse*

* calma, calma, não é no sentido asneirento da palavra que a estou a usar. Não vou cemçar agora a escrever palavras feias no blog. Nem sequer é um modo escurril de me chamar mariquinhas. Passo a explicar o sentido desta nova palavra:
Os portugueses emigrados em França que quando voltam a Portugal pareçem ter esqueçido a lingua materna são chamados avec, não são? Pois os seus equivalentes em Itália deverão ser, pela mesma lógica, con. Daí eu, que sou uma con, ter ataques de conisse agúda. Nomeadamente no episódio que passo a contar...

Estar a ler um post no facebook em que se escreve grande tristeza e pensar não me digas que esta agora está em Itália convencida que estava a ler grande tristezza. Bem sei que a diferença escrita reside num só z a mais, mas eu li mesmo com o sotaque italiano. E li e reli estas duas palavras inúmeras vezes pensando sempre que ela deveria estar aqui. Até que caí em mim.
Que tristeza...para não dizer amarezza!

e então, o que é que estou a fazer em Itália?...


uma nova era: com aros de novo!

Isto de dar de mamar é muito bom, muito prático e cheio de vantagens para os bebés e para as mães. Mas comporta muitos sacrifícios, muito cansaço, muita dedicação. É feito tudo com grande amor, é claro, mas depois de passar mais de um ano a amamentar estou estourada. Não quero mais, estou farta. Confesso. Estou ansiosa por nunca mais ter de dar de mamar à Clara. Sinto que me suga todas as energias a cada mamada. Só continuo porque estou a fazer um percurso de introdução de alimentos por causa da sua intolerância e já que cheguei até aqui, então acabo.
Eu já como de tudo (estive quase dois anos a regime entre gravidez e amamentação...), e ela também já come todas as carnes (vitelo e vaca têm proteinas do leite), parmesão e agora iogurte. Daqui a pouco serão os queijos frescos e depois... o leite! Ah!
E portanto ando toda feliz da vida. Entusiasmada com o deixar de lado os sutians de amamentação. No outro dia fui comprar roupa interir nova. Já não ia há tanto tempo e o peito foi o que mais mudou no meu corpo. Ou talvez mesmo a única coisa. E ainda vai mudar, dizem que quando se deixa de dar de mamar definitivamente então é que é uma maravilha vê-las ficar tipo balão sem ar...mas pronto, adiante que é para não ficar deprimida! Comprei uns conjuntinhos fofinhos e com push-up q.b.. Nunca tinha precidado na vida, e não quero agora ter uma espécie de bolas de ténis ao peito mas também não quero aparecer tipo mãe africana! E agora estou a arrumar a gaveta dos sutians. A meter de lado os pré-pré-mamã (que alguns estão granedes, outros jã não assentam bem e outros estão mais que vistos!), os pré-mamã (que às 8 semanas de gravidez já não estavam em si as minhas laranjinhas) e os de amamentação (fase um - até aos 7 meses da Clara e fase 2 até hoje...já não suporto molas ou sutians sem aro), para dar espaço a uma nova era: a dos sutians pós-amamentação!

Filippiçes

Em realação ao que contei no post anterior, o maridão saíu-se com esta:
devias responder a essa tipa dizendo -oh espertalhoca, vê-se mesmo que nunca dormiste na cama dos teus pais.
Assim, sem tirar nem pôr, e eu a partir-me a rir!

chi si fa i cazzi suoi campa cent'anni

É um ditado popular aqui da zona e aplica-se mesmo bem ao que passo a contar.
Partindo do pressuposto que eu leio diariamente blogs alheios e alguns deles muito conhecidos mas nunca comento, formulo uma opinão mas não a escrevo, no outro dia arrisquei a escrever o que achava num desses blolgs famosos porque se falava do sono dos bebés e do resistir ou não a metê-lo a dormir connosco. 
Escrevi algo como: 
O sono dos bebés vai mesmo por fases. A minha filha (de um ano), que sempre dormiu bem e no quarto dela desde cedo, volta e meia tem que vir para a nossa cama para podermos dormir os três, e os vizinhos!
O Mateus pode ter os primeiros dentinhos a nascer...e, são fases! Eu acho que dormir na cama dos pais de vez em quando não faz mal nenhum . Aliás, li algures que todo o mimo e conforto dado nos primeiros três anos de vida é "transformado" em auto-estima e confiança para o resto da vida.Rita
E segui com a minha vida. 
Qual não é o meu espanto quando hoje de manhã recebo um mail com o "anúncio" que o meu comentário tinha sido comentado por uma tal Carmo. E da sequinte forma: 
"dormir na cama dos pais de vez em quando não faz mal nenhum . Aliás, li algures que todo o mimo e conforto dado nos primeiros três anos de vida é "transformado" em auto-estima e confiança para o resto da vida." Rita quer mesmo acreditar nisto? acha que o facto de dormir com os pais dá auto estima e confiança?? é assim mas exatamente ao contrario...., não dá de facto confiança, em aumenta a auto estima, os mimos e conforto não passam por dormir com os Pais... mas sim o que se passa nas 24 horas diárias do bebé e agregado familiar. 
Até fiquei banzada, como diria o meu paizinho. Primeiro, esta gente não tem mais o que fazer? E Segundo, ela conhece-me por acaso? Sabe quem sou e, sobretudo, que mãe sou?
Apetecia-me dizer-lhe que passo o dia todo com a Clara, tirando 3 horas de manhã. Que lhe dou atenção, e muita. Que a miúda tem tanta confiança em mim que não precisa de estar sempre agarrada às minhas saias quando estamos fora do ambiente dela, que é tão serena que passa a vida a explorar o mundo quando saimos de casa. Que é de tal forma que a pediatra nos deu os parabéns e a futura educadora nos disse não a estraguem até junho que esta míuda está mesmo bem, independente e serena. E tu, mãe (eu, portanto), transmites calma. Gosto disso. 
É verdade, não é SÓ dormir com os Pais que dá mimo e conforto. É tudo o que se passa ao longo das 24 horas do dia, portanto é TAMBÉM dormir com os Pais que aumenta a auto-estima, cara Carmo.
E é isto. Apetecia-me espetar-lhe com estas coisas todas porque o comentário dela é de quem acha que eu enfio a miúda no infantário das 8 às 6 (realidade que aflige muitos pais, e que tem mesmo que ser mas que, felizmente, não é a nossa) e que chegadas a casa a meto à frente da televisão.
Mas não espeto, que não vale a pena. 
Vergonha, Carminho, vergonha! E vê-la se aprendes alguma coisa com os italianos. Fazia-te falta e vivias melhor.

oh mon dieu de la france

Ver um homem de mãos tão sapudas que a aliança parecia um fio a atar chouricas a engatar a cliente do café com um conheces este homem? mostrado uma fotografia de um homem tipo Silvestre Stallone nos tempos de ouro no telemóvel e ao não, não conheço! sair-se com um sou eu há 40 kg atrás é no mínimo constrangedor. Para não dizer desgostoso. Aic, que até fiquei com o café atravessado...

ser portuguesa em Itália

A coisa mais constrangedora que pode aconteçer quando dizes que és portuguesa em Itália é um sorriso silêncioso ignorante de quem não sabe sequer que Portugal existe quanto menos onde está no mapa.
Em segundo lugar estão aqueles que reagem com um Portugal? Ah,Espanha! ou qualquer coisa do género Portugal e Espanha é tudo a mesma coisa. Estão lá na pontinha, devem ser muito parecidos, e tu que és vizinha deles deves saber imenso de tus hermanos. Então disparam com vou de férias a Barcelona, lá vendem as fraldas na farmácia ou no supermercado? Enfim, dentro do panorama geral, estes pelo menos sabem mais ou menos colocar Portugal no mapa.
Adiante! Que agora é a vez daqueles que sabem que entre Portugal e Brasil há alguma ligação. Não sabem lá muito bem o quê, mas arriscam um em Portugal fala-se brasileirio ou espanhol? (tipologia de pessoa também incluída na categoria anterior). Ou deixam o discurso no vago, dando a entender que Portugal é na América Latina, mas sem se comprometerem muito e perguntam entre português e brasileiro há muita diferença?
Depois há os corajosos, os que assumem a ignorância às claras e afirmam sim, Portugal uma região de Espanha ou, melhor ainda, ah, não sabia que Portugal era na Europa!, e coisas do género.
E é isto. Lá terei que ensinar a Clara a ser não só portuguesa mas bem minhota (que aqui não é um elogio, vá, mas paciência...), a meter a mão à cinta e a defender esta nacionalidade que herdou da mãe com muito orgulho, que vergonha devem sentir os outros, os ignorantes!

ai a vidinha, ai ai

Hoje gostava de estar em Portugal. Gostava de estar a festejar a despedida de solteira da minha querida B..
Não estou. Estou em Foligno que com a Clara era impossível. Teria que ir atrelada a mim e iria estragar a festa das outras. E eram muitos voos seguidos. Não parece, mas ainda é muito pequenina. Ainda no Natal e fim de ano lá estivemos e em Abril lá voltaremos para o casório.
Mas confesso que tenho o coração um bocadinho partido por lá não estar...E tenho saudades (muitas) da liberdade de sair, e me divertir sem horas para voltar ou para acordar no dia seguinte. Acho que deve ser normal...
Em contrapartida, aqui o fim-de-semana começou com um lindíssimo dia de sol como já não tinhamos há muito. Saímos os três e fomos ver a creche da pitorra que iniciará em Junho. Adoramos o espaço, a 5 minutos a pé de casa, e a proprietária e toda a filosofia por detrás da estrutura. Simples, estimulante, limpo e com as necessidades e capacidades de cada criança como principal preocupação.
Depois participamos na primeira aula de música da Clara lá na escolinha e ela a-d-o-r-o-u! Que gostava de música já eu sabia, que a bailarina abana logo os braçinhos e empina o rabiosce mal sente duas notas. Mas agora música com outros bebés, disso é que ela não estava à espera! Vamos começar a fazer todos os sábados de manhã!
Saídos de lá fomos dar uma volta ao centro para ver sapatos para a miss e acabamos por comprar o vestidinho que usará no grande dia da B. e H. (para estar sintonisada com Portugal!). Depois casa, almoço e agora a Clara dorme e ainda temos muito fim-de-semana pela frente.
Afinal por aqui, e com a "prisão" de umafilha, também não se está nada mal!

da ginástica e da maternidade

Quem me vier dizer que pilates é ginástica para mariquinhas leva um tabefe. Não, não leva que hoje doi-me o corpo todo da aula de ontem.
Ou é disso ou é de ter minha filha de um ano que dá uns passitos incertos que me obrigam a estar atrás dela, toda corcunda, a ver se não cai, de passar o dia a içar mais de 10kg de gente e de lhe estarem quase quase a nascer mais três dentinhos (que sorte, isto tem sido todos juntos...) e esta noite ter dormido comigo e portanto ter levado muitos pontapés.
E puxões de orelha que ela gosta, como uma certa pessoa que cá conheço (moi-même), de mexer em orelhas para relaxar.
É a vida. E viva a dor de músculos!

ter uma filha que acha que dormir é tipo bicho papão dá nisto:




Hoje à tarde decidiu que não fazia sesta. Nada. Zero minutos de sono a seguir ao almoço. Estive com ela uma hora e meia a ver se dormia. A vê-la combater o sono. Record. Acabei por pegar na pequena e metê-la no carrinho para dar uma volta. Nem assim. Claro que estava podre. Acabou por não resistir enquanto eu acabava de tomar banho e secava o cabelo às sete da tarde.
Moral da história: o João Pestana ganha sempre...só que às vezes muito tarde...

1 ano

E assim, sem quase dar por ela, a Clara fez um ano.
Passou um ano desde que a vi pela primeira vez e exclamei é tão peluda!... Que disparate, o que me havia de sair como primeiras palavras como mãe!
Num ano a Clara aprendeu muitas coisas. A rir, a observar, a palrar, a estar sentada, a gatinhar,... Já quase anda, dando dois passinhos incertos sem apoio, tenta comer sozinha com a colher e toma duche à grande. Aguenta estoicamente a dor de dentes, tendo já cinco e estando a caminho mais três. Faz-se entender apontando e emitindo sons. Interage imenso e adora brincar connosco.
Ela aprendeu muito nestes 365 dias. Sim. Cresceu imenso e, sobretudo, com saúde e feliz.
Mas acho que quem aprendeu mais fui eu. Começei, nestes dias, a aprender a ser mãe. E como tal, a ter mais paciência, a ser mais tolerante, a ouvir o meu instinto, a tentar ser mais segura, a ter menos horários para as minhas coisas, a comer para o bem de outro, a dormir pouco, a encastrar tudos os afazeres, a ser enfermeira, a ser educadora,...Aprendi muito neste ano e quanto mais aprendo mais vejo que muito ainda tenho para aprender. Olho para a frente e pressinto que a minha tarefa como mãe será cada vez mais difícil. Mas pelo que tenho visto até agora, será também cada vez mais gratificante!



e assim chegamos a 2014

O tempo voa. É um lugar comum, do mais comum que há, mas é a mais pura das verdades.
Ainda no outro dia estava em Foligno na expectativa do primeiro Natal da Clara e hoje já fui a Viana, já passamos os dias em família, já celebramos a passagem de ano, já voltamos, já tentei voltar à rotina e daqui a uns dias a Clara já faz um ano. E ainda no outro dia andava por aí com um barrigão quase a explodir.
Passou tudo tão rápido que arrisco a dizer que não saboriei nada. Estava tão entusiasmada com a ida a Viana. Com o encontro dos três primos. Com o ver a casa dos meus pais cheia. Com o estarmos todos juntos. E foi tudo ótimo mas, confesso, nem percebi que foi Natal. Andei numa azafama tal antes de partir que nem gozei os preparativos, o passear nas ruas iluminadas, nem andar às compras  ou a fazer presentes de Natal. Sei que é muito materialista isto dos presentes. E eu até não sou nada de comprar, comprar, comprar no Natal. Normalmente até faço eu os presentes ou compro pequenas lembraças. Mas "preparo" sempre a época a pensar nas pessoas que me são mais queridas através das lembranças que lhes ofereço. Este ano, não sei porquê, não fiz nada...
Não ofereci nada ao Filippo nem (pior...) à Clara. Aos sobrinhos e meninas de Viana compramos no aeroporto. Aos amigos de Foligno comprou o Filippo em Milão enquanto eu estava fora da loja com a Clara. Aos meus pais comparmos a meias com o meu irmão e cunhada e aos pais do Filippo comprou a irmã dele. O do meu irmão e cunhada foi escolhido por eles. Só à C. e B. é que "gastei" ou pouco mais de tempo a escolher mas o Natal já tinha passado...
Depois, e sempre para preparar o espírito natalício, existem os mil jantares de Natal. Este ano, o jantar de amigos de Foligno foi em nossa casa. Na véspera de partir para Portugal..Adorei, claro, mas como sempre foi tudo a correr. A correr a preparação, a correr durante o jantar porque, já se sabe, quando é na nossa casa é sempre assim, e a correr a arrumar tudo às três da manhã para nos levantarmos às seis para ir a correr para o Aeroporto.
E depois foi a passagem de ano que nunca ligo nehuma e que, mais uma vez, foi a correr passar a meia-noite para ir dormir que no dia seguinte às 5h é preciso sair do quentinho da cama para ir para o aeroporto que o voo era o primeiro da manhã...
Mas, ainda assim, quero aqui dizer, com calma, que 2013 foi um ano muito bom. Com o nascimento da Clara e tantos dias e meses para a ver crescer saudável e feliz. E espero que 2014 seja tão bom como o ano que acabamos de terminar.