Shimbalaiê*


Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar

Natureza deusa do viver
A beleza pura do nascer
Uma flor brilhando à luz do sol
Pescador entre o mar e o anzol

Pensamento tão livre quanto o céu
Imagino um barco de papel
Indo embora pra não mais voltar
Tendo como guia Iemanjá

Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar

Quanto tempo leva pra aprender
Que uma flor tem vida ao nascer
Essa flor brilhando à luz do sol
Pescador entre o mar e o anzol

Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar

Ser capitã desse mundo
Poder rodar sem fronteiras
Viver um ano em segundos
Não achar sonhos besteira
Me encantar com um livro, que fale sobre vaidade
Quando mentir for preciso, poder falar a verdade

Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar
 *Maria Gabú

Verão? Só semana sim semana não, que é para não cansar...

Chove copiosamente lá fora. O céu está fechado e com ar de quem não nos dará trégua tão cedo.
Está frio e muito humido. Saio sempre de casa com casaco, e calças, e sapatos fechados. 
Estar aqui no gabinete com as luzes acessas, a ouvir os carros a passar no chão molhado dá vontade de beber um chá quentinho, e transporta-me até lá mais à frente, ao Outono.
A única coisa que me faz lembrar que estamos em pleno Verão, é a burra da mosca chata que não para de voar à minha volta. Ou melhor, de burra não deve ter muito. Entrou comigo aqui para o quentinho ontem e ai de quem a queira daqui tirar. O que vale é que só têm três dias de vida estas sacaninhas. Amanhã já cá não deve estar.

Já temos voo para ir a Portugal em Setembro

Agora já só falta decidir como quero festejar os meus trinta aninhos!

Como ter um ataque de nervos em Itália.

Depois de ter esperado quase dois meses a seguir à entrega do trabalho para ser paga, achei por bem pegar no carro e fazer 20min para chegar ao gabinete e reinvindicar o que era meu e que provavelmente já teria direito a juros. E digamos que só estar em suspenso assim tanto tempo e ter que pressionar para receber já é chato quanto baste.
Mas voltando a nós, espero outros 20 min e  lá volto eu com o meu cheque para casa, onde chego 20 min depois.
No dia útil seguinte vou ao meu banco para depositar o cheque. Sim, porque aqui não é possivel depositar um cheque de outro banco directamnete no multibanco. E mesmo para fazer uma operação do género o banco tem que estar aberto porque o multibanco que aceita depósitos está lá dentro. Espero meia hora para perceber que como o cheque é de outro banco teria que pagar juros e mais não sei o quê e me iriam chupar no mínimo uns 50euros. 
Decido ir ao banco do cheque. Chegada lá (que por sorte era mesmo em frente ao meu!) descobro que o cheque é de outra filial e portanto têm de ter autorização para o levantar e ainda fazer uma ficha minha com direito a fotocópia de documentos e tudo. Mas pronto, ao fim de mais de 30 min lá me deram o dinheiro.
E lá vou eu de novo ao meu banco para depositar o dinheiro na minha conta, desta vez lá no tal multibanco, para eles supersónico!
Com esta brincadeira toda gastei duas horinhas boas do meu tempo e muitos suspiros de paciência. E o pior é que para eles, os italianos, tudo isto é normal, é assim e pronto. Paciência.

Do tempo

Que voou esta semana entre trabalho no gabiente e em casa.
Que está maluco porque dividivo entre calor infernal e chuvas torrenciais.
Que faz 7 e 17 anos parecer tanto e nada simultaneamente.
Que parece ajudar mas no fim das contas não faz nada por nós se não formos nós a querer que faça.
Que  parece que abranda quando vou a Portugal para depois repartir a todo o gás no regresso a Itália.
Que passa por todos mesmo que não queiramos aceitar.
Que tem sempre um fim mesmo que nos convençamos do contrário.
E que muda, me muda e vos muda. 
E que é preciso aproveitar todo o que temos e vivê-lo o melhor que sabemos, para que os minutos que gastamos sejam depois reconhecidos como os do nosso tempo.

Um beijinho e um xi-coração de parabéns


ao melhor pai do mundo, o meu! Sei que é um lugar comum, mas é verdade. Se não vejamos: é carinhoso, atento, presente, compreensivo, amigo, conselheiro, inteligente, mimado, .... é preciso mais?
Sabe pendurar quadros, cortar a relva, e fazer todas essas coisas qual homem da casa. Mas também sabe cozinhar (e muito bem por sinal!), aspirar e arrumar. Faz o que é preciso e sabe de tudo um pouco e portanto, em 29 anos de vida, nunca fiquei sem respostas. E, sobretudo, nunca me senti perdida, tendo nele sempre o meu norte. 
E ao papà baffone não vai nada, nada, nada,
TUDO!

Dizem que o tempo cura tudo

é mentira.

Oficialmente fora de forma

No sábado tive o segundo casamento da época de casórios deste ano e fartei-me de dançar (foi muito divertido, a propósito).
Desde domingo que tenho uma dores de gémeos que não aguento! Eu até posso desculpar-me dizendo que estava com tacões e tal e coisa, mas a verdade é que estou mesmo em baixo de forma. Uma vergonha!

Afinal 39º é que é mesmo muito mau

e muito dificil de aguentar.
E nada de pensar que à noite fica mais fresquinho. Quer dizer, fica mais fresquinho, mas são sempre uns 32º e com TUDO a irradiar calor. Um desespero. Assim não se pode!

36º

Isto de viver numa cidade onde muito frequentemente fazem 36º graus de temperatura, com humidade o que ainda dá a sensação de mais calor, para uma piegas como eu não está com nada. Nadinha.
Já estou farta de andar com a tensão baixa, suar, estar cansada e sem capacidade de raciocinio a partir das cinco da tarde.
Será que este calor vai demorar muito a passar?  

Sabes que dia é hoje?

O maridinho está-me sempre a dizer que não sabe como faço para decorar tantas datas, tantos acontecimentos, tantos aniversários. E que de cada vez que lhe pergunto Sabes que dia é hoje? treme porque ele, ao contrário da sua querida, nunca se recorda! Mas não faço nada de especial, não marco em agendas ou escrevo em algum lugar específico. Lembro-me e pronto. E consigo reviver situações e sentimentos. Rever-me no tal dia, na tal hora, como se saisse do meu corpo e flutuasse. Sim, é preciso ter um grande poder de abstracção para o fazer, eu sei, mas pronto, é assim que acontece comigo!
E hoje faz exactamente 5 aninhos que o Pi partiu para Itália. Há 5 anos atrás estavamos a viver o nosso último dia de namoro no Porto para começar uma história à distância. E ficamos assim, separados, por mais de ano e meio. E agora estamos casados.
Fomos conquistando tudo devagarinho, consolidando sentimentos, situações e a nossa relação. Ainda temos muita estrada para andar, mas também já valeu muito a pena chegar até aqui!
Hoje recomeçei a trabalhar. Como me esqueçi da frutinha para o lanche de meio da manhã, lá fui eu comprar umas maças para ter aqui no gabinete e não consegui resistir a umas bolachinhas. Não são daquelas com chocolate ou cheias de calorias, e o pacote até é pequeno, e portanto pensei que não teria muito mal. Até porque estive a tomar outra bomba de antibiótico e é bem que ande bem alimentada. O problema é que eu já sei como sou e de cada vez que me levanto para ir à casa de banho (e são muitas vezes, só até agora já bebi mais de 2 litros de água) lá vou eu abrir a caixa das bolachas para tirar só mais uma...
Pelo andar da carruagem, daqui a 2 dias já recuperei o quilo perdido com a doença e ganhei mais uns quantos! 
No sábado fui a um casamento que podia ser o dos meus sonhos.
Decidiram casar numa capelinha muito pequenina e amorosa a meio caminho entre a casa dos pais de um e do outro e mesmo ao lado da casa que estão a construír para eles, fazer o copo d'água no jardim da casa dos pais dela, com duas mesas compridas, tudo com um ar muito campestre e familiar. Estava tudo muito simples e bonito e a noiva até levava um grande chapéu em vez do véu.
Dia 2 de Julho aqui em Foligno é sinónimo de muito, muito calor e sol. E tinha sido assim até ao dia anterior. Tinham pensado nos abanicos, na pégola de panos brancos para fazer sombra nas mesas, num menú fresco e no corte do bolo perto da piscina, não fosse alguém querer dar um mergulho.
Só que neste 2 de Julho choveu muito. Mas assim tipo diluvio. Mas tanto que até caiu granizo.
A metade dos convidados que ficou fora da capela ficou molhada (eu incluída) e deixou de conseguir seguir a missa porque as colunas começaram a soluçar. O arroz para lançar aos noivos ficou empapado e o vestido da noiva cheio de lama. As mesas e cadeiras do aperivo não se salvaram e os 170 convidados ficaram todos debaixo de um alpendre. Teve que se montar uma grande tenda rapidamente mas mesmo assim o espaço era pouco para tanta gente e mesa e cadeira. A organização que eles tinham feito dos lugares ficou descombinada. Os empregados não conseguiam passar bem entre cadeiras para servir. E estavam todos molhados de fazer o percurso entre a cozinha e a tenda à chuva. E o chão estava cheio de lama. As toalhas humidas e as cadeiras escorregadias.  As flores murchas. Um desastre...
Mas apesar de tudo os noivos estavam muito tranquilos e felizes. Devem ter percebido que não se deve esperar muito da vida, já que esta nunca é como imaginamos.

Ontem, mais uma vez, lá fui a correr para o médico.

Estou outra vez com a glândula inflamada, super inchada. E febre, desta vez tenho febre. Não febre de estar de cama, mas daquela febrinha estúpida que deita abaixo e não passa nem por nada. Os tramados 37.5...
Ontem ainda fui trabalhar. Ainda estive entre desenhos e reuniões até às 19:30. Trabalhar por conta própria tem destas coisas, hoje estou em casa sem ter que dar satisfações a ninguém, mas ontem ninguém me podia substituir numa reunião inadiável...
Já estou outra vez a tomar antibiótico, daqueles potentes em injecções, e a meter pomadas e anti-inflamatórios e fermentos e mais sei lá o quê. Tenho outra vez a casa transformada numa farmácia...E não sei se é porque a última vez que me aconteceu foi no inicio de Dezembro e já a bactéria andava fraquinha à conta dos dois ciclos de 10 dias de injecções que tinha tido antes, ou se eu já não me lembrava da dor. Mas a  verdade é que me doi muito...M***A