tortura é

Ter o marido no ikea a comprar o que andamos a escolher por catálogo durante meses e eu aqui deitadinha na cama.

Claro, há que ver o lado positivo da coisa. Eu estou aqui a descansar enquanto ele carrega tudo como um mouro. Mas aposto que no meu carrinho havia espaço para mais uma velinha, um vasinho, uma almofada. Aposto.
Lá teremos que voltar, quando estiver boa e esta fase de correrias mil passar, para comprar tudo aquilo que é desnecessário numa casa mas fundamental num lar.
Oh que chato! :)

Só para complicar mais um bocadinho...

...um mês que já estava a ser uma grande confusão, na terça-feira fui ao médico.
Quinta-feira às 7:30 da manhã apresenta-te no hospital que te opero. Tiro-te essa glândula e resolvo-te o problema.
E assim fiz. Passei a quarta-feira a resolver coisas de última hora. Na quinta de manhã lá fui de manhã, sem comer nem beber nada e assim fiquei até à noite. Fiz durante toda a manhã exames e à uma dei entrada na sala operatória para sair uma hora depois meia tonta e sem a parva da glandula que de há uma ano e meio a esta parte me andava a chatear a cabeça.
Dormi uma noite no hospital, quase sem dores, apenas com a cabeça muito pesada e saí ontem praticamente como nova!
Agora é descansar até segunda e esperar que possa voltar ao ritmo alucinante em que estava que se já tinha pouco tempo antes de estar parada 4 dias, agora já me estou a ver a trabalhar de noite...
Estou mortinha que chegue meados de Março para poder respirar.
E agora vou ali ver a minha casinha nova que está quase pronta mas a velha já está ocupada. Sim, estou a viver numa espécie de limbo que é a casa da Ida, a avó do Filippo. Com caixas, caixotes e cabides na sala. Uma grande confusão!

Silêncio

Fevereiro começou a abrir.

1º semana:
Obras em atraso e a data da mudança a aproximar-se.
A glândula a chatear mais uma vez.
Trabalho, muito trabalho, a entrar no gabinete.

2º semana:
Início das obras. Explica daqui, corrige dalí. Vai à obra. Volta para casa e contínua a trabalhar. Responde ao telemóvel. Volta à obra. Regressa a casa.
Problemas com o trolha que lhe passou uma coisinha má pela cabeça, passou-se a abandonou o barco qual Schettino. Entrada de um novo grupo e tudo de novo a andar, assim como o meu coração e estômago que estiveram ali um dia bem embrulhadinhos.
Começar a empacotar coisas, aos poucos que o tempo é pouco.
Antibiótico três vezes por dia, que dá saúde e... pouca energia.
Entregas a um ritmo alucinante.
Sensação de passar o dia a correr de um lado para o outro a fazer a fazer e a fazer mais coisas e chegar ao fim do dia sem nada concluído. Como se estivesse ainda no mesmo lugar.

Hoje:
A natureza decidiu parár todos. Chega. É demasiado barulho, burburinho e agitação.
Hoje abrigou-nos a passar o dia em silêncio. E que bom que é.

Fevereiro

A senhora já saiu de casa. Acabou de tirar tudo no domingo. Só.
O apartamento onde estamos está alugado a partir de dia 20 de Fevereiro.
Segunda-feira era dia de começarem as obras. Era.
A semana começou com uma vaga de frio.
O trolha que nos vinha desmontar a casa de banho e cozinha ficou doente. Febre altissíma.
Estamos à espera que melhore e entretanto eu também fiquei doente.
Está a nevar lá fora.
E agora é aproveitar o silêncio. Respirar fundo sabendo que há de chegar o dia em que ninguém nos vai parar.
Em que ninguém nos poderá parar porque vamos ter o tempo a apertar.
Fevereiro promete.