os meus lugares comuns

A cada dois anos lá venho eu aqui falar mal da selecção. Tem de ser, faz parte. O problema é que este ano não estou minimanente interessada no que anda a fazer aquele grupo de marmanjos. E ainda bem, se não andava com a telha. Sim, porque basicamente andam a fazer n-a-d-a. O primeiro jogo foi a desgraça que se viu e a minha sorte é que a certa altura fui dar banho e jantar à Clara e deixei o marido a ver aquela agonia. O segundo não vi porque ninguém merece passar o dia de um lado para o outro a tomar conta (e a tratar) de uma pequena peixinha extrovertida na praia e piscina e ainda ter que ficar acorada até à meia noite para ver aqueles lindos penteados a passear campo acima e campo abaixo. E nem a Itália se safou e já está a fazer as malas para vir para casa. Mas pelo menos jogaram até ao último segundo para tentar passar a fase de grupos. Vamos lá ver a desgraça que será amanhã. Mas tenho para mim que também não vai valer a pena ver.
E depois de vir cá ano sim ano não dissertar sobre este futebol nacional que sigo mas não entendo, tooooodo o santo ano venho cá queixar-me do tempo. E pronto, aqui vai disto: o tempo está tolo. Mas completamente passado da cabeça. Isto assim não há quem aguente. Frio, chuva, ventos endemoniados e depois calor e humidade como se o inferno tivesse descido à terra. Assim, de um dia para o outro. E às vezes no memso dia. Detesto calor, já se sabe, mas esta instabilidade está a levar-me à insanidade mental. E a resultar em constipações fora de época. Ninguém merece!
E pronto. Este ano já piquei o ponto.

ROMA|AMOR

Quis o destino que se desse a coincidência de ir a Roma 5 anos depois de ter estado lá contigo.
Adorei este último fim-de-semana. Estive lá com as minhas amigas e para além de rever Roma, que é sempre linda, deu para matar mesmo bem as saudades que tinha delas já que falamos que nem matracas o tempo todo.
No entanto, não posso deixar de confessar que a tua lembraça me fez sombra. Não sei se é por estar longe de Viana e dos lugares e pessoas que nos viram crescer que muitas vezes tenho a esperança vã que tu estejas a fazer uma viagem e que um dia te vou voltar a ver. Mas a verdade, aquela mesmo nua e crua, é que não te vou ver voltar e que fazes, e fazes-me, muita falta. E estar ali, na cidade eterna onde passamos dias tão bons, com algumas daquelas pessoas que nos conhecem há anos, mexeu muito comigo.
Ultimamente tenho a sensação que só agora estou a elaborar a tua ausênsia. E as saudades loucas que tenho de ti. E o vazio que deixaste. Em mim. Na vida.
Só que este é um percuro tortuoso, manhoso, de avanços e recuos. Volta e meia parece que até já aceitei. Outras envade-me uma grande raiva. Enfureço-me contigo e com a vida. Noutras penso que se acreditasse em Deus e na vida eterna seria mais feliz. E existem outras ainda em que o que queria mesmo era acreditar no céu e nos anjinhos e nessa porra toda. Mas não acredito. E depois vou em stand-by. Tento não pensar para não sentir e aparentemente estou em paz. E quando começo a sentir-me melhor catrapum, lá recomeça a lenga-lenga.
Uma grande merda, é o que é.
E sabes que mais? Estavas enganado, a vida não é madrasta. É mesmo filha da puta.

da fauna e da flora na casa Conti Cameira

Bem, está visto que ainda não estamos preparados para ter animais em casa.
Também passamos por essa fase com as flores e aos poucos fui aprendendo a tratar delas, e a fazê-las florir em vez de morrer.
Demorou tempo e o Filippo estava quase a perder a esperança em mim, mas a verdade é que agora tenho uma orquídea há mais de três anos e meio que está sempre a florir, uma plantinha rosa linda (já sei tratar delas mas ainda não sei dar-lhes nomes, uma coisa de cada vez!) que o Filippo me ofereceu no dia da mãe no ano passado que este ano, na mesma altura, voltou a florir e um bonsai com já um ano e uns meses que agora está a dar florzinhas mínimas.
E assim, a botânica passou a vingar em nossa casa. Já a zoologica...essa ainda tem um longo percurso a fazer, infelizmente.
Lá para fins de Novembro o Filippo foi à inauguração de uma loja de animais cujo espaço é alugado pelos pais dele. A filha dos donos, uma miniatura humana loirinha e irresistivelmente simpática, ofereceu-lhe dois peixinhos vermelhos e tudo o que as criaturas precisavam para sobreviver. O marido não teve nem modo nem coragem de dizer que não. Mas quando me apareceu com os seres vivos lá em casa eu avisei logo que já tinha muito trabalho e que me encarregava de lavar e alimentar a Clara e que portanto ele teria que fazer o mesmo com o Tico e o Teco.
É claro que a água estava sempre suja. Alimentar lá os alimentava, mas quando era mais que altura para lhes mudar a água e lavar o aquario é o tá quieto! Lá ia eu, passados demasiados dias e com pena dos pobres peixes, mudar-lhes a água e esfregar o lodo das paredes de vidro.
A sexta passada foi um desses dias de sujidade extrema e quando estava a tirar de lá os peixes vi logo que não estavam bem, principalmente um. Avisei o Filippo. Mas só avisei, do género estes dois não estão bem, estão doentes, vão morrer em breve, qual discurso fatalista, não fizemos mais nada a não ser limpar e alimentá-los. Fomos para Roma e nunca mais pensámos nos desgraçados.
Domingo à noite um estava morto. Deitado no fundo do aquário de água túrbida.
Decidimos mandar os dois ao rio, só para não termos que fazer mais um funeral há distância de uns dias.
Nessa noite decretei que não podiamos ter os coelhos. Pelo menos para já.

viva a escolinha

Terça-feira foi o primeiro dia de escolinha para a Clara.
Fomos os três de bicicleta até à creche e lá nos esperavam educadoras e novos amiguinhos da Clara. Era suposto estarmos uma hora lá dentro com ela, para que se sentisse segura. Pois sim! A pequena entrou e não voltou a olhar para nós. Minto, a certa altura aproximou-se para me mostrar o super brinquedo que tinha na mão e seguiu com a sua vida. Acabamos por sair da sala e ficar do outro lado da porta passados 15 minutos e ela lá ficou tranquila a brincar. A hora passou e a educadora veio trazê-la. Tudo muito sereno e lá fomos passear para o centro da cidade e depois parque.
Ontem foi o segundo dia e depois de uma noite um bocado mal dormida a Clara só tinha vontade de chupeta. E eu lá lhe ia dizendo que vamos para a escolinha, quando lá chegares vais ter que tirar a chupeta.
Estacionei a bicicleta à porta e não é que a safadinha saca da chupeta, tira os casacos, muda os sapatos e entra disparada na sala sem olhar para trás? Quando cheguei para a ir buscar, uma hora e meia depois de a ter deixado, continuou mais uns minutos a brincar e depois lá me veio mostrar o que tinha na mão. É hora de ir embora, Clara. E lá começa a distribuir beijos.
Hoje, terceiro dia, a educadora veio buscá-la à porta e perguntou queres ir brincar com os meninos? Sim! Então dá um beijinhos à mãe. Lá me deu um beijo repenicado e nem olhou para trás!
E pronto. É isto. Hoje fica lá duas horas e amanhã almoça.
Espero que continue a correr assim tão bem!