da fauna e da flora na casa Conti Cameira

Bem, está visto que ainda não estamos preparados para ter animais em casa.
Também passamos por essa fase com as flores e aos poucos fui aprendendo a tratar delas, e a fazê-las florir em vez de morrer.
Demorou tempo e o Filippo estava quase a perder a esperança em mim, mas a verdade é que agora tenho uma orquídea há mais de três anos e meio que está sempre a florir, uma plantinha rosa linda (já sei tratar delas mas ainda não sei dar-lhes nomes, uma coisa de cada vez!) que o Filippo me ofereceu no dia da mãe no ano passado que este ano, na mesma altura, voltou a florir e um bonsai com já um ano e uns meses que agora está a dar florzinhas mínimas.
E assim, a botânica passou a vingar em nossa casa. Já a zoologica...essa ainda tem um longo percurso a fazer, infelizmente.
Lá para fins de Novembro o Filippo foi à inauguração de uma loja de animais cujo espaço é alugado pelos pais dele. A filha dos donos, uma miniatura humana loirinha e irresistivelmente simpática, ofereceu-lhe dois peixinhos vermelhos e tudo o que as criaturas precisavam para sobreviver. O marido não teve nem modo nem coragem de dizer que não. Mas quando me apareceu com os seres vivos lá em casa eu avisei logo que já tinha muito trabalho e que me encarregava de lavar e alimentar a Clara e que portanto ele teria que fazer o mesmo com o Tico e o Teco.
É claro que a água estava sempre suja. Alimentar lá os alimentava, mas quando era mais que altura para lhes mudar a água e lavar o aquario é o tá quieto! Lá ia eu, passados demasiados dias e com pena dos pobres peixes, mudar-lhes a água e esfregar o lodo das paredes de vidro.
A sexta passada foi um desses dias de sujidade extrema e quando estava a tirar de lá os peixes vi logo que não estavam bem, principalmente um. Avisei o Filippo. Mas só avisei, do género estes dois não estão bem, estão doentes, vão morrer em breve, qual discurso fatalista, não fizemos mais nada a não ser limpar e alimentá-los. Fomos para Roma e nunca mais pensámos nos desgraçados.
Domingo à noite um estava morto. Deitado no fundo do aquário de água túrbida.
Decidimos mandar os dois ao rio, só para não termos que fazer mais um funeral há distância de uns dias.
Nessa noite decretei que não podiamos ter os coelhos. Pelo menos para já.

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