o cúmulo da minha conisse*

* calma, calma, não é no sentido asneirento da palavra que a estou a usar. Não vou cemçar agora a escrever palavras feias no blog. Nem sequer é um modo escurril de me chamar mariquinhas. Passo a explicar o sentido desta nova palavra:
Os portugueses emigrados em França que quando voltam a Portugal pareçem ter esqueçido a lingua materna são chamados avec, não são? Pois os seus equivalentes em Itália deverão ser, pela mesma lógica, con. Daí eu, que sou uma con, ter ataques de conisse agúda. Nomeadamente no episódio que passo a contar...

Estar a ler um post no facebook em que se escreve grande tristeza e pensar não me digas que esta agora está em Itália convencida que estava a ler grande tristezza. Bem sei que a diferença escrita reside num só z a mais, mas eu li mesmo com o sotaque italiano. E li e reli estas duas palavras inúmeras vezes pensando sempre que ela deveria estar aqui. Até que caí em mim.
Que tristeza...para não dizer amarezza!

e então, o que é que estou a fazer em Itália?...


uma nova era: com aros de novo!

Isto de dar de mamar é muito bom, muito prático e cheio de vantagens para os bebés e para as mães. Mas comporta muitos sacrifícios, muito cansaço, muita dedicação. É feito tudo com grande amor, é claro, mas depois de passar mais de um ano a amamentar estou estourada. Não quero mais, estou farta. Confesso. Estou ansiosa por nunca mais ter de dar de mamar à Clara. Sinto que me suga todas as energias a cada mamada. Só continuo porque estou a fazer um percurso de introdução de alimentos por causa da sua intolerância e já que cheguei até aqui, então acabo.
Eu já como de tudo (estive quase dois anos a regime entre gravidez e amamentação...), e ela também já come todas as carnes (vitelo e vaca têm proteinas do leite), parmesão e agora iogurte. Daqui a pouco serão os queijos frescos e depois... o leite! Ah!
E portanto ando toda feliz da vida. Entusiasmada com o deixar de lado os sutians de amamentação. No outro dia fui comprar roupa interir nova. Já não ia há tanto tempo e o peito foi o que mais mudou no meu corpo. Ou talvez mesmo a única coisa. E ainda vai mudar, dizem que quando se deixa de dar de mamar definitivamente então é que é uma maravilha vê-las ficar tipo balão sem ar...mas pronto, adiante que é para não ficar deprimida! Comprei uns conjuntinhos fofinhos e com push-up q.b.. Nunca tinha precidado na vida, e não quero agora ter uma espécie de bolas de ténis ao peito mas também não quero aparecer tipo mãe africana! E agora estou a arrumar a gaveta dos sutians. A meter de lado os pré-pré-mamã (que alguns estão granedes, outros jã não assentam bem e outros estão mais que vistos!), os pré-mamã (que às 8 semanas de gravidez já não estavam em si as minhas laranjinhas) e os de amamentação (fase um - até aos 7 meses da Clara e fase 2 até hoje...já não suporto molas ou sutians sem aro), para dar espaço a uma nova era: a dos sutians pós-amamentação!

Filippiçes

Em realação ao que contei no post anterior, o maridão saíu-se com esta:
devias responder a essa tipa dizendo -oh espertalhoca, vê-se mesmo que nunca dormiste na cama dos teus pais.
Assim, sem tirar nem pôr, e eu a partir-me a rir!

chi si fa i cazzi suoi campa cent'anni

É um ditado popular aqui da zona e aplica-se mesmo bem ao que passo a contar.
Partindo do pressuposto que eu leio diariamente blogs alheios e alguns deles muito conhecidos mas nunca comento, formulo uma opinão mas não a escrevo, no outro dia arrisquei a escrever o que achava num desses blolgs famosos porque se falava do sono dos bebés e do resistir ou não a metê-lo a dormir connosco. 
Escrevi algo como: 
O sono dos bebés vai mesmo por fases. A minha filha (de um ano), que sempre dormiu bem e no quarto dela desde cedo, volta e meia tem que vir para a nossa cama para podermos dormir os três, e os vizinhos!
O Mateus pode ter os primeiros dentinhos a nascer...e, são fases! Eu acho que dormir na cama dos pais de vez em quando não faz mal nenhum . Aliás, li algures que todo o mimo e conforto dado nos primeiros três anos de vida é "transformado" em auto-estima e confiança para o resto da vida.Rita
E segui com a minha vida. 
Qual não é o meu espanto quando hoje de manhã recebo um mail com o "anúncio" que o meu comentário tinha sido comentado por uma tal Carmo. E da sequinte forma: 
"dormir na cama dos pais de vez em quando não faz mal nenhum . Aliás, li algures que todo o mimo e conforto dado nos primeiros três anos de vida é "transformado" em auto-estima e confiança para o resto da vida." Rita quer mesmo acreditar nisto? acha que o facto de dormir com os pais dá auto estima e confiança?? é assim mas exatamente ao contrario...., não dá de facto confiança, em aumenta a auto estima, os mimos e conforto não passam por dormir com os Pais... mas sim o que se passa nas 24 horas diárias do bebé e agregado familiar. 
Até fiquei banzada, como diria o meu paizinho. Primeiro, esta gente não tem mais o que fazer? E Segundo, ela conhece-me por acaso? Sabe quem sou e, sobretudo, que mãe sou?
Apetecia-me dizer-lhe que passo o dia todo com a Clara, tirando 3 horas de manhã. Que lhe dou atenção, e muita. Que a miúda tem tanta confiança em mim que não precisa de estar sempre agarrada às minhas saias quando estamos fora do ambiente dela, que é tão serena que passa a vida a explorar o mundo quando saimos de casa. Que é de tal forma que a pediatra nos deu os parabéns e a futura educadora nos disse não a estraguem até junho que esta míuda está mesmo bem, independente e serena. E tu, mãe (eu, portanto), transmites calma. Gosto disso. 
É verdade, não é SÓ dormir com os Pais que dá mimo e conforto. É tudo o que se passa ao longo das 24 horas do dia, portanto é TAMBÉM dormir com os Pais que aumenta a auto-estima, cara Carmo.
E é isto. Apetecia-me espetar-lhe com estas coisas todas porque o comentário dela é de quem acha que eu enfio a miúda no infantário das 8 às 6 (realidade que aflige muitos pais, e que tem mesmo que ser mas que, felizmente, não é a nossa) e que chegadas a casa a meto à frente da televisão.
Mas não espeto, que não vale a pena. 
Vergonha, Carminho, vergonha! E vê-la se aprendes alguma coisa com os italianos. Fazia-te falta e vivias melhor.

oh mon dieu de la france

Ver um homem de mãos tão sapudas que a aliança parecia um fio a atar chouricas a engatar a cliente do café com um conheces este homem? mostrado uma fotografia de um homem tipo Silvestre Stallone nos tempos de ouro no telemóvel e ao não, não conheço! sair-se com um sou eu há 40 kg atrás é no mínimo constrangedor. Para não dizer desgostoso. Aic, que até fiquei com o café atravessado...

ser portuguesa em Itália

A coisa mais constrangedora que pode aconteçer quando dizes que és portuguesa em Itália é um sorriso silêncioso ignorante de quem não sabe sequer que Portugal existe quanto menos onde está no mapa.
Em segundo lugar estão aqueles que reagem com um Portugal? Ah,Espanha! ou qualquer coisa do género Portugal e Espanha é tudo a mesma coisa. Estão lá na pontinha, devem ser muito parecidos, e tu que és vizinha deles deves saber imenso de tus hermanos. Então disparam com vou de férias a Barcelona, lá vendem as fraldas na farmácia ou no supermercado? Enfim, dentro do panorama geral, estes pelo menos sabem mais ou menos colocar Portugal no mapa.
Adiante! Que agora é a vez daqueles que sabem que entre Portugal e Brasil há alguma ligação. Não sabem lá muito bem o quê, mas arriscam um em Portugal fala-se brasileirio ou espanhol? (tipologia de pessoa também incluída na categoria anterior). Ou deixam o discurso no vago, dando a entender que Portugal é na América Latina, mas sem se comprometerem muito e perguntam entre português e brasileiro há muita diferença?
Depois há os corajosos, os que assumem a ignorância às claras e afirmam sim, Portugal uma região de Espanha ou, melhor ainda, ah, não sabia que Portugal era na Europa!, e coisas do género.
E é isto. Lá terei que ensinar a Clara a ser não só portuguesa mas bem minhota (que aqui não é um elogio, vá, mas paciência...), a meter a mão à cinta e a defender esta nacionalidade que herdou da mãe com muito orgulho, que vergonha devem sentir os outros, os ignorantes!

ai a vidinha, ai ai

Hoje gostava de estar em Portugal. Gostava de estar a festejar a despedida de solteira da minha querida B..
Não estou. Estou em Foligno que com a Clara era impossível. Teria que ir atrelada a mim e iria estragar a festa das outras. E eram muitos voos seguidos. Não parece, mas ainda é muito pequenina. Ainda no Natal e fim de ano lá estivemos e em Abril lá voltaremos para o casório.
Mas confesso que tenho o coração um bocadinho partido por lá não estar...E tenho saudades (muitas) da liberdade de sair, e me divertir sem horas para voltar ou para acordar no dia seguinte. Acho que deve ser normal...
Em contrapartida, aqui o fim-de-semana começou com um lindíssimo dia de sol como já não tinhamos há muito. Saímos os três e fomos ver a creche da pitorra que iniciará em Junho. Adoramos o espaço, a 5 minutos a pé de casa, e a proprietária e toda a filosofia por detrás da estrutura. Simples, estimulante, limpo e com as necessidades e capacidades de cada criança como principal preocupação.
Depois participamos na primeira aula de música da Clara lá na escolinha e ela a-d-o-r-o-u! Que gostava de música já eu sabia, que a bailarina abana logo os braçinhos e empina o rabiosce mal sente duas notas. Mas agora música com outros bebés, disso é que ela não estava à espera! Vamos começar a fazer todos os sábados de manhã!
Saídos de lá fomos dar uma volta ao centro para ver sapatos para a miss e acabamos por comprar o vestidinho que usará no grande dia da B. e H. (para estar sintonisada com Portugal!). Depois casa, almoço e agora a Clara dorme e ainda temos muito fim-de-semana pela frente.
Afinal por aqui, e com a "prisão" de umafilha, também não se está nada mal!