No outro dia ia casar em Portugal. Os sapatos tinham ficado em Itália e o vestido estava muito comprido. Faltavam poucas horas para o grande acontecimento e estava calma. Tinha um peixinho que me dizia que tudo ia correr bem. Que tudo se resolve. E todos à minha volta estavam felizes e satisfeitos muito embora estivessemos todos, os cinco, sempre a subir e a descer as escadas lá de casa na esperança de ver os sapatos. Mas sabiamos que estavam em Foligno.
O Afonso repetia que tudo se resolve e eu continuava tranquila.
Depois acordei e percebi que há coisas que não se resolvem. Muito embora pudesse casar descalça.

Eu juro, mas juro...

...que se isto é mais uma das tuas brincadeiras estúpidas, daqueles sustos em que me deixas o coração aos pulos, o desespero nos olhos e a cara toda lavada...
...juro que nunca mais te chamo palerma.