Ah, isto de educar....

Ontem, pela primeira vez em 20 meses, mandei a Clara para a cama sem jantar.
Não me preocupo nada que um dia ela coma menos. Come sempre bem, está gordinha, bem de saúde e portanto nunca a forço a comer. Percebo que haja dias que está mais cansada, mais rabujenta, com memos fome e sou eu a primeira a dizer-lhe que se estás cansada e não queres almoçar ou jantar não há problema, mas então vais dormir.
Ontem estava cansada e também não devia ter lá muita fome. Pronto filha, tudo bem. Mas agora começar a dizer que não, não e não a cada colherada e começar à estalada com a colher não é para mim. Peguei na criatura possuída pelo demo e levei-a para o quarto. Desliguei a luz, deixei-a acalmar-se. Claro que não resisti e dei-lhe miminhos e ali ficámos as duas abraçadinhas até a pequena ceder ao sono. Mas mantive-me firme na minha posição de não voltar a saír do quarto e de hoje vais para a cama sem jantar que isso de esbofetear a comida não se faz! com que tinha partido. Que isto de me transformar numa mãe severa não é para mim.
É preciso ser coerente, eu sei. E muitas vezes o cansaço faz-me ceder e escolher o caminho mais fácil. Mas também nunca ninguém me disse que educar era fácil nem eu me iludi. É preciso muita força para dizer não, para continuar ali, firme, mas meiga ao mesmo tempo. Porque não acredito numa relação pais-filhos sem amor, carinho, presença, proteção, mas agora birras de mimo, ataques de fúria e essas cenas do arco-da-velha que às vezes os miúdos fazem não é para mim. E muitas vezes também perco a paciência...

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