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Mais um ano para a conta.
Este ano capicua pela terceira vez.
Não sou supersticiosa. Sou uma pessoa de factos contretos e não de crenças. Passo debaixo de escadas, consigo dar passos atrás sem fazer cruzes, podem varrer-me os pés, já parti um espelho sem entrar em paranóia, e por aí fora. Acredito sim, no meu sexto sentido e no azar que se esconde atrás dos meus anos capicua.
Aos 11 a minha mãe foi operada e embora não soubesse nem tivesse noção da gravidade da coisa na altura, ter ficado longe da minha mãe durante uns tempos e tê-la visto no hóspital e depois em recuperação (ainda que rápida e aparentemente fácil...) foi suficiente para ter até hoje recordações amargas dessa idade.
Aos 22 a minhã avó Alda morria sem pré-aviso atropelada por um autocarro. Acho que não preciso acrescentar mais nada a esta frase.
Claro que sei que todos os anos são recheados de coisas boas e más. Alguns com coisas muito piores que outros. Quando o Afonso morreu tinha 29 e o grande azar deu-se na mesma. Tenho a certeza que aos 11 e aos 22 também tive episódios felizes (mas não me lembro, a verdade é essa...). Mas não gosto nada de ter idade capicua, que posso eu fazer?
Bem, dia vinte lá tive de começar a contar este ano. Gostava de fazer como os chineses que nos prédios saltam os andares dos números que não gostam e o elevador não pára no piso fatidico. Mas não posso. Lá terei que o viver estes 365 dias.
E posso até dizer que, ao contrário de todas as expectativas, começou bem, muito bem.
Que seja um bom augurio, então!

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