Dúvidas (existenciais) de uma portuguesa em Itália

Hoje tive de ir renovar o meu cartão de utente italiano. Tenho que o fazer de dois em dois anos porque não sou cidadã italiana. Claro que já tinha caducado em Fevereiro que isto de ser de dois em dois anos passa muito depressa e uma pessoa esquece-se.
Tive sorte que não precisei de ir ao médico de família ou ao hóspital este ano e também tive sorte que o meu médico de família, que é mesmo de toda a minha família italiana, sogros e avós adoptivas incluídos, ainda tinha vagas e pude manter o mesmo.
Este é um stress que passo a cada dois anos, dois anos e qualquer coisa porque sistematicamente me esqueço de renovar o dito cartão e corro o risco do meu médico ficar sem vaga. Existe, no entanto, solução para o problema. Basta nacionalizar-me italiana e o cartão renova-se automaticamente e chega-me a casa sem que eu tenha que fazer nada. O meu médico não muda e ficamos todos descansados da vida. Cómodo. Rápido. Indolor.
Todavia...eu não sei se quero ser italiana. Eu bem sei que disse que íamos ser os três luso-italianos ou italo-portugueses, como nos quiserem chamar, mas a verdade é que já tive de abdicar de tanta coisa para estar cá que tenho alguma relutância em abdicar do meu ser luso-exclusivo.
Mas lá terei que pensar no assunto com sentido prático e deixar o carinho de lado. Mas só daqui a dois anos, que até lá tenho o cartão em curso de validade!

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