Não me lembro do dia em que te conheci. Era demasiado pequena. Mas lembro-me de ti sempre, da tua presença em toda a minha vida. Das discussões, das confissões, das lutas, das disputas, da cumplicidade própria de quem tem quase a mesma idade.
Nestes 6 meses não tenho feito outra coisa que não seja lembrar-me. Lembrar-me dos dois dedos de conversa diários na chat, das críticas com poucas palavras, do cheiro da tua roupa lavada, dos segredos sussurrados na cozinha, das festas nas orelhas e do beijo na testa. De sentir o cachaço a ser apertado, do sorriso malandro, do oh, dos ciúmes de quem quer e não quer saber. Do entusiasmo com uma nova paixão, do regresso ao passado (sempre), das perguntas em tom desinteressado com tanta vontade de explorar. Sinto saudades dos olhos cor de mel, das unhas roídas, dos dentes um bocado muito amarelos, do pipinho e dos pés descalços.
Olho para trás e lembro-me de tanto. De todos esses momentos passados juntos. Acontecimentos felizes, infelizes, normais. De tanta coisa vivida em conjunto. De tantos sonhos e medos confessados, conquistas e derrotas partilhadas... Eramos muito amigos, o facto de sermos irmãos só tornou o nosso amor num amor incondicional. Fizéssemos o que fizéssemos, acontecesse o que acontecesse, eramos sempre um do outro.
E agora que me deparo com este vazio chego à conclusão que sim, que tudo isto me fará imensa falta. Que terei que aprender a viver com o vazio que criaste. Mas que o que me deixa profundamente triste é saber que nunca mais vou poder partilhar contigo nada da minha vida. Que o último Natal foi mais vazio e que faltará sempre uma parte por mais que a família aumente. Que casei e tu não estavas lá, mesmo ao meu lado, nem dançaste como um maluquinho no meio da pista. Que nunca a voz doce do Vasco vai dizer é o titio quando te vir aparecer do outro lado da webcam como agora mesmo me fez....
E hoje é outra vez dia 5. E hoje é outra vez domingo. E hoje chove outra vez .
E eu penso que é esta falha no futuro que me deixa realmente triste. Seja que dia seja da semana, dia 1 ou 31, Janeiro ou Dezembro, faça chuva ou faça sol.
Nestes 6 meses não tenho feito outra coisa que não seja lembrar-me. Lembrar-me dos dois dedos de conversa diários na chat, das críticas com poucas palavras, do cheiro da tua roupa lavada, dos segredos sussurrados na cozinha, das festas nas orelhas e do beijo na testa. De sentir o cachaço a ser apertado, do sorriso malandro, do oh, dos ciúmes de quem quer e não quer saber. Do entusiasmo com uma nova paixão, do regresso ao passado (sempre), das perguntas em tom desinteressado com tanta vontade de explorar. Sinto saudades dos olhos cor de mel, das unhas roídas, dos dentes um bocado muito amarelos, do pipinho e dos pés descalços.
Olho para trás e lembro-me de tanto. De todos esses momentos passados juntos. Acontecimentos felizes, infelizes, normais. De tanta coisa vivida em conjunto. De tantos sonhos e medos confessados, conquistas e derrotas partilhadas... Eramos muito amigos, o facto de sermos irmãos só tornou o nosso amor num amor incondicional. Fizéssemos o que fizéssemos, acontecesse o que acontecesse, eramos sempre um do outro.
E agora que me deparo com este vazio chego à conclusão que sim, que tudo isto me fará imensa falta. Que terei que aprender a viver com o vazio que criaste. Mas que o que me deixa profundamente triste é saber que nunca mais vou poder partilhar contigo nada da minha vida. Que o último Natal foi mais vazio e que faltará sempre uma parte por mais que a família aumente. Que casei e tu não estavas lá, mesmo ao meu lado, nem dançaste como um maluquinho no meio da pista. Que nunca a voz doce do Vasco vai dizer é o titio quando te vir aparecer do outro lado da webcam como agora mesmo me fez....
E hoje é outra vez dia 5. E hoje é outra vez domingo. E hoje chove outra vez .
E eu penso que é esta falha no futuro que me deixa realmente triste. Seja que dia seja da semana, dia 1 ou 31, Janeiro ou Dezembro, faça chuva ou faça sol.
1 comentário:
Minha querida,
Que descrição tão completa e real que faz do Afonso! Ele era isso tudo e vocês desde pequenos, tiveram uma cumplicidade tão grande e que foi aumentando com a idade. Eram "segredores" um do outro.
Resta-te a ti como a mim as belissimas recordações que por vezes apertam tanto...
Beijo grande.
Enviar um comentário