Da vida e da morte, em Itália

De quando em vez vê-se, na porta de uma casa, na montra de uma loja, um laço. Significa que ali se festeja a vida. Que nasceu uma criança. Um filho aos donos da casa, do café, da loja. Quem passa fica a saber que aqueles foram abençoados pela vida e, se o laço for cor-de-rosa, deram as boas-vindas a uma menina, se fôr azul, a um rapaz. E ao vê-lo não consige evitar um sorriso (pelo menos eu não).
Não há dom melhor que o da vida e eu acho fantástico que venha partilhado desta forma tão doce.
Mas, em contrapartida, aqui também se expôe quem morre. Em vários cantos da cidade existem painéis onde se pode anunciar a morte de um ente querido, apresentar os sentimentos à família, relembrar quem partiu há um mês, um ano,... E eu, passando, fico sempre com uma sensação de vazio, de tristeza. Tantas vezes são mensagens acompanhadas de fotografias, demasiadas vezes de jovens. Sinto raiva, desconforto. Penso no que a família está a passar. Relembro o que vivi, e sinto de forma ainda mais cerrada aquele apertar de estômago que me acompanha há mais de um ano...
Mas a vida é mesmo assim, inevitavelmente se inicia tem que acabar. O problema é que este painel varia de dia para dia, mas os laços não se veem sempre...

1 comentário:

Bacouca disse...

Ritália,
Os laços não se vêm sempre ou tu estarás mais focalizada para os cartazes que te tocam mais?
O nosso subconsciente tem destas coisas.
Tenta tomar mais atenção aos laços que significam a Vida!
Beijo