Entre futebol, a morte e a vida.

Passei os 90 min de jogo e os primeiros 15 de prolongamento cheia de esperança e de nervos. Como boa portuguesa aos 110 min, quando a Espanha começou a mostrar as garras, encolhi-me no sofá. Depois foi ver o que se viu...
É claro que fiquei triste e com aquele sabor amargo na boca que todas as almas lusas ficaram. Mas hoje à noite tive a minha recompensa. Voltei a encontrar-te em sonhos.
Na nossa casa ainda se entrava pela porta lateral e o ambinete era de festa. Estava a voltar de Itália e a tia Helena vinha-me a falar de uma receita de bacalhau. Foste a primeira pessoa que vi ao abrir a porta, estavas à porta da cozinha, com uma t-shirt branca e os cabelos curtinhos e não abrimos boca. Ficamos só abraçados, e abraçamo-nos sempre e cada vez com mais força. Dei-te um beijo no pescoço e tu de lado nos meus cabelos. Senti o teu cheiro, que já não era de roupa lavada ou do teu prefume, mas de jasmim. E senti uma paz imensa.
O despertador tocou e eu fiquei ali, deitada na cama em êxtase. Feliz, calma e sem a sensação de angústia que antes sonhar contigo me trazia.
Sim, porque desde aquela noite de 6 para 7 de Maio quando tu, antes de todos, me deste um beijo na testa e me disseste Parabéns, vais ser mãe! nunca mais pensar em ti, e na tua morte, me deixou com um aperto imenso no coração. Continuo triste, é claro, mas agora tenho uma vida a crescer dentro de mim, e isso dá-me muita força.

4 comentários:

di disse...

:´)

Bi disse...

*** <3

Anónimo disse...

Maninha,
Sempre que me delicio com estes teus post, sou inundado por um sentimento de saudade que me molha o rosto e me aperta o coração. Mas sabe bem!!!
Beijo cheio de saudade,
João

Bacouca disse...

Minha querida,
A sorte que tu tens de sonhar com o Afonso. Quem me dera a mim que isso me acontecesse todos os dias...
As saudades são tantas que me consolava vê-lo e ouvi-lo.
Tadoro