do meu ser portuguesa, ou minhota, em Itália

Hoje, pela segunda vez, enquanto tomava o pequeno-almoço na esplanada de um café que tem muitos lugares de estacionamento à porta, vi os dois policias a estacionar o jipe no meio na via, reduzindo a porção de estrada a uma faixa de rodagem e tirando muito espaço de manobra ao lugar de pessoa com mobilidade reduzida.
De notar, também, que eram 7:30 da manhã e o estacionamento estava praticamente vazio tendo os senhores agentes de autoridade mais de 20 lugares à disposição para deixar a viatura.
Ora, uma vez já me irritou. À segunda percebo que é hábito e então vai de mim e dirigo-me aos senhores agentes com o ar mais inocente que consegui fazer:
Desculpem, posso fazer uma pergunta?
Sim, diga!
Onde estacionaram o vosso carro é lugar de estacionamento?
Ah...não...
E então porque é que lá está?
(silêncio e um encolher de ombros)
Mas desculpem...os senhores não deveriam dar o exemplo?
(ainda o silêncio que me estava a deixar maluca)
A mim quer-me pareçer que sim...Tenham um bom dia.
Para ti também...

Do pior.
Eles, os italianos, até podem ter muita graça com o seu ar descontraído, de que nada, nem nenhuma lei neste País hiper burocrático, os afeta. Mas a mim certas coisas tiram-me do sério. Aqui pago as minhas taxas, faço malabarismos para ter todos os papéis em ordem, e portanto exigo que pelo menos o exemplo venha de quem tem que vir. E tenho dito.
É claro que amanhã, se passar à frente do café vou ver a mesma cena. Até porque o empregado, que ouviu a conversa, ainda teve a lata de se rir de mim com os polícias e dizer nem sequer está estacionado no lugar dos deficiêntes. E volta e meia apareçem estas personagens. 
Deixa lá, caro anormal, no teu café nunca mais ponho os pés!

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