Já se sabe, a chegada de um filho muda muita coisa. Muda a vida da mãe, a vida do pai, a vida do casal, a vida da casa.
Muda para melhor, dirão todos vocês. E sim, em muitas coisa muda para melhor. Mas não é por isso que não sentes falta da vida antes da chegada do filho. De não ter horas, obrigações. De dormir quando queres ou sair de casa sem mil e uma tralhas às costas ou preocupação se estará muito calor ou frio ou vento ou...
Enquanto dava só de mamar chegava à última mamada do dia podre. Acabava por adormeçer sempre no sofá com a Clara encostada no meu ombro para dar o arzinho. Dar de mamar é maravilhoso mas cansa. Esgota mesmo. É bom, que é, mas como em tudo na maternidade, tem uma enorme carga de sacrifício e cansaço à mistura.
Há coisa de um mês e meio a Clara começou a almoçar. A coisa foi indo, muito lentamente. Aliás, durante um mês era umas colheres e depois maminha. Demorou muito até que comesse a papinha toda, mas foi bom porque foi gradual e o meu corpo também se foi habituando aos pouco a não produzir tanto leite àquela hora. E quando começou a gostar mesmo daquele momento, o da papa, chegou a hora de dar-lhe também o jantar, há pouco mais de uma semana. E aí é que foram elas para mim. Papa toda comida e, portanto, nada de maminha (porque eu não a quero sobrealimentar que já é bastante gordinha, porque se lhe oferecesse o peito tenho a certeza que mamava!). Peito muito cheio, noites com dores...Mas em dois dias passou e agora que lhe dou o jantar, não lhe dou de mamar e me sinto bem, tenho os serões de novo para mim e para o maridão! Ah, maravilha, voltar a estar os dois, bem acordadinhos, a ver um filme! Aos poucos vamos reconquistando o nosso espaço, o do casal, e isso é ótimo. (e continuo a dar de mamar nas outras refeições à pirralha, que também adoro: aquele momento só nosso, em que a minha bebé está ali, agarradinha a mim, só a mim)
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