No outro dia ia casar em Portugal. Os sapatos tinham ficado em Itália e o vestido estava muito comprido. Faltavam poucas horas para o grande acontecimento e estava calma. Tinha um peixinho que me dizia que tudo ia correr bem. Que tudo se resolve. E todos à minha volta estavam felizes e satisfeitos muito embora estivessemos todos, os cinco, sempre a subir e a descer as escadas lá de casa na esperança de ver os sapatos. Mas sabiamos que estavam em Foligno.
O Afonso repetia que tudo se resolve e eu continuava tranquila.
Depois acordei e percebi que há coisas que não se resolvem. Muito embora pudesse casar descalça.
3 comentários:
ele será o sol.
:)
Desculpa intrometer-me. Vim através da tua mãe e da Diana. Compreendo-te muito bem, porque há 16 anos eu também perdi um irmão. Só queria dizer-te que vou ficar por aqui. Pode ser? Um abraço, que hoje diz que é dia dos abraços (disseram na rádio).
Querida Picollina,
Ele estará lá e a rir-se se tu casares descalça!
Temos que ter muita força e pensar assim senão esta dor nunca mais é atenuada...
Milles
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